terça-feira, novembro 19, 2013

Um dia antes da celebração da consciência negra no Brasil eu penso um pouco na minha vida - quando eu era criança, pensei que nunca ia sofrer discriminação, até ouvir "amarelo empombado" e "E.T" da parte de uma qualquer do bairro, que não me chamou muita atenção.

Mais tarde eu ouvi "matuto", ouvi também "pobrinho" ou "carente", até que quando era adolescente "metido com esoterismo" ouvi "macumbeiro", "painho" e "demônio". Em seguida, quando aprendi um pouco mais sobre quem era, ouvi "viado", "baitola", "pacosa" e "menina", e mesmo entre os gays ouvi "passiva", "gótica" ou "bruxinha".

Depois de sair de casa pro Rio, eu não era mais cearense, e sim "nortista", "baiano" ou "paraíba", e por mais que eu insistisse em dizer que eu não conhecia nenhuma dessas regiões, as pessoas não pareciam se importar (afinal tudo o que está ao norte do Rio, é "Bahia").

Em seguida, deixei de ser uma pessoa e me tornei um "estrangeiro" quando comecei à ter uma data em cima de um papel que me dizia quando eu tinha que IR EMBORA de onde eu estava, senão a polícia viria em casa ME EXPULSAR, mas o que mais doeu pra mim nem foi isso, foi saber que, para uma qualquer que trabalha na faculdade, após eu questioná-la sobre porque nunca ninguém sabia de nada na faculdade e culpa era sempre dos alunos, ela me chamou de "o brasileiro", como se eu fosse um tipo de assassino.

Mas a cereja do bolo? A fivela do cinto? Foi ouvir de alguém importante ligado ao Ministério da Cultura na Guiana Francesa que "música clássica é música de branco" e que "isso não interessa a gente aqui".

E o ciclo da besteira, da podridão e da idiotice continua... A gente faz o que pode e diz o que não pode pra se guardar o sagrado direito de odiar e desprezar o próximo. Amém.

terça-feira, outubro 29, 2013

A ciência e a matemática da tristeza

Eu viajo. Posso sair de um lugar pro outro mas nunca me senti tão preso. Não tenho mais respostas para nada, só uma: de dois, se um está feliz, já é lucro!

Films à regarder 😉

Le voyage dans la lune
The birth of a nation 1915
Les vampires 1915
Intolérance 1916
Nosferatu 1922
Metropolis, 1927
Häxan, 1923
The Gold Rush, 1925
La passion de Jeanne D'Arc, 1928
Un chien andalou, 1928
Ukigusa, 1959
Les yeux sans visage, 1960
Spartacus, 1960
O pagador de promessas, 1962
Vidas secas, 1963
Deus e o diabo na terra do sol, 1964
Les parapluies de Cherbourg, 1964
Mary Poppins, 1964
Onibaba (the demon), 1964
Alphaville, 1965
Faster, Pussycat!, 1965
Pierrot, le fou, 1965
Deux ou trois choses que je sais d'elle, 1967
Belle de jour, 1967
Terra em transe, 1967
Bonnie and Clyde, 1967
Planet of the apes, 1968
Rosemary's Baby, 1968
If..., 1968
2001, 1968
Night of the living dead, 1968
Satyricon, 1969
Hsia Nu (a touch of zen), 1969
Easy rider, 1969
In the year of the pig, 1969
Little big man, 1970
Woodstock, 1970
A clockwork orange, 1971
Le chagrin et la pitié, 1971
Willy Wonka and the chocolate factory, 1971
Walkabout, 1971
Klute, 1971
Harold and Maude, 1971
Straw dogs, 1971
Deliverance, 1972
Solyaris/ Solaris, 1972
Le charme discret de la bourgeoise, 1972
The Godfather, 1972
Fat city, 1972
Frenzy, 1972
Pink flamingos, 1972
La maman et la putain, 1973
Badlands, 1973
Papillon, 1973
Sleeper, 1973
The exorcist, 1973
La planète sauvage, 1973
The Tezas chainsaw massacre, 1974
Céline et Julie vont en bateau, 1974
Jeanne Dielman, 23 quai du commerce, 1080 Bruxelles, 1975
The rocky horror picture show, 1975
Monty Python...
Salò, or the 120 days of sodom, 1975
The man who fell to earth, 1976
Network, 1976
Carrie, 1976
Close encounters of the third kind, 1977
The last wave, 1977
Suspiria, 1977
Erase head, 1977
The hill have eyes, 1977
Days of heaven, 1978
Halloween, 1978
Dawn of the dead, 1978
Grease, 1978
Nosferatu, 1979
Stalker, 1979
Life of Brian, 1979
Being there, 1979
Manhattan, 1979
Apolypse Now, 1979
Mad Max, 1979
Ordinary people, 1980
The shining, 1980
The elephant man, 1989
Loulou, 1980
Airplane!, 1980
An American werewolf in London, 1981
ET, 1982
The evil dead, 1982
Poltergeist, 1982
blade runner, 1982
Tootsie, 1982
The thing, 1982
A Christmas story, 1983
L'argent, 1983
The right stuff, 1983
The big chill, 1983
Sans soleil, 1983
Scar face, 1983
Paris, Texas, 1984
A nightmare on Elm street, 1984
Spinal tap, 1984
A passage to India, 1984
Stranger than paradise, 1984
Amadeus, 1984
Ran, 1985 (Akira Kurosawa)
Brazil, 1985
O beijo da mulher aranha, 1985
Sans toit ni loi, 1985
Shoah, 1985
The color purple, 1985
Blue velvet, 1986
Children of a lesser god, 1986
Le déclin de l'empire américain, 1986
The fly, 1986
Au revoir les enfants, 1987
Raising Arizona, 1987
Moonstruck, 1987
Hong GAO liang, 1987
The dead, 1987
Akira, 1988
Hotaru no haka, 1988
Who framed roger rabbit, 1988
The unbelievable truth, 1989
Sex, lies and videotape, 1989
S'en fout la mort, 1990
King of New York, 1990
Pretty woman, 1990
Dances with wolves, 1990
Henry: portrait of a serial killer 1990
Archangel, 1990
Edward Scissorhands, 1990
Europa Europa, 1990
La belle noiseuse, 1991
The rapture, 1991
A bright summer day, 1991
The silence of the lambs, 1991
Raise of the red lantern, 1991
La double vie de Véronique, 1991
Tongues untied, 1991
Conte d'hiver, 1992
The actress, 1992
Philadelphia, 1993
Schindler list, 1993
Farewell my concubine, 1993
Trois couleurs: bleu, 1993
The piano, 1993
The wedding banquet, 1993
Les roseaux sauvages, 1994
Heavenly creatures, 1994
Pulp fiction, 1994
Trois couleurs : rouge, 1994
Priscila, 1994
Forrest Gump, 1994
Chungking express, 1993
Cyclo, 1995
Clueless, 1995
Safe, 1995
Train spotting, 1996
Fargo, 1996
Gabbeh, 1996
Trois vies, une seule mort, 1996
Scream, 1996
Secrets and lies, 1996
The English patient, 1996
Lone star, 1996
Breaking the waves, 1996
Independence Day, 1996
Titanic, 1997
Saving private Ryan, 1998
Cours Lola, 1998
The ring, 1998
Happiness, 1998
The Blair witch projet, 1999
The sixth sense, 1999
Fight club, 1999
American beauty, 1999
Beau travail, 1999
Todo sobre mi madre, 1999
In the mood for love, 2000
Gladiator, 2000
A one and a two, yi yi, 2000
Requiem for a dream, 2000
Memento, 2000
Crouching Tiger, Hidden dragon, 2000
Spirited away, 2001
No man's land, 2001
Cidade de Deus, 2002
Old boy, 2003
Good bye Lenin, 2003
Osama, 2003
Tsotsi, 2005
Broke back mountain, 2005
Little miss sunshine, 2006
Pan's labyrinth, 2006
The departed, 2006
Paranormal activity, 2007
No country for old men, 2007
Le scaphandre et le papillon, 2007
There will be blood, 2007
Gomorrah, 2008
The hurt locker, 2008
Slumdog millionaire, 2008
The dark knight, 2008
District 9, 2009
Inglorious basterds, 2009
Avatar, 2009
The white ribbon, 2009
Des hommes et des Dieux, 2010
Cave of forgotten dreams, 2010
Black Swan, 2010
The King's speech, 2010
Inception, 2010
The social network, 2010
Le Havre, 2011
A separation, 2011
The tree of life, 2011
Drive, 2011
Le gamin au vélo, 2011
L'artiste, 2011
The cabin in the woods, 2011
Les misérables, 2012
Amour, 2012
Argo, 2012
Licoln, 2012
Django Unchained, 2012
Life of Pi, 2012

segunda-feira, agosto 26, 2013

Vida

Nunca estar contente, imaginar uma vida... Eu nunca fui visual nem obsessivo, sempre tive esse ímpeto de surpresas, apesar de me dizer "não" em permanência, sempre tem um "sim" que escapa quicando pelas paredes até sair por uma fresta de janela e me proporcionar uma vida altamente imprevisível... Mas porque eu não estou satisfeito?

Existem coisas que a gente quer na vida, em geral é sempre algo que envolve conforto, uma sensação de segurança, se sentir importante e amado e ter projetos para o futuro, também tem o lado do estimulo, da fé.

Eu sempre fui uma pessoa estranha. Percebo que consigo ajudar quase qualquer pessoa à se dar conta disso, e sou muito orgulhoso de poder ter ajudado amigos à se reencontrarem, a vida é simples afinal, mas percebi que eu não sou. Eu devo ter uma síndrome de Clark Kent ou de E.T, de achar sempre que "eu não sou daqui".

Andei da conchinchina até a puta que pariu e ainda não me encontrei, ou não encontrei o lugar que procurava, a verdade é que eu fiquei tão desesperado que tinha esquecido o básico, o fundamental: eu sou complicado, e isso nunca vai mudar, e eu preciso estar em movimento, trocando experiências, aventuras - vivendo! Eu sempre soube desde o dia que abri o olho que eu não tinha vindo à esse mundo pra comer e dormir, pra viver em um mundo pequeno e simples, isso não é pra mim.

Pessoas complicadas, meu conselho: paws off, you're born this way - deal with it!

Não procurem a vida fácil, simples! Sejam sinceros e realistas com vocês mesmos, e tenham sempre alguma fonte enorme de auto-estima pra não terminarem como eu tentando se convencer que vocês "podem se adaptar". Péssima idéia, não cometam meus erros.

O sofrer

Alguns sofrimentos são mais difíceis que os outros, existe o sofrimento sozinho, secreto, aquele que é como uma arma química ou um veneno à longo prazo. Esse se sofre fácil, a dor vem, os sorrisos amarelos vem junto, os "tá tudo bem", os "às vezes eu prefiro ficar em silencio".

Esse sofrimento, que não inclui nem depende de ninguém dói, mas é como um mistério, uma ordalia que todos vivemos cedo ou tarde, muito ou pouco.

O pior sofrimento eu acho, é a falsa alegria. É a realização de uma farsa, é construir um reino em cima de pilares de areia, é aquele sofrimento de tudo fazer para não magoar os outros, não destruir as alegrias deles e perceber que a sua alegria não existe mais.

Depois desse sofrimento existe aquele das consequências, aquele dos inevitáveis, aquele que você se pergunta "mas o que eles vão fazer depois disso"?

Muita gente tem medo de amar pra não odiar, se faz de ruim para não ser interessante, se fecha numa bolha de relações seletas ou seguras: no trabalho, na família, com os amigos...

Essas pessoas estão erradas? Estão certas? A ciência por trás da vida é muito complexa, e eu sinto inexoravelmente que ei falhei. Ah, como eu falhei...

A melhor dor é a curta e intensa, aquela que faz desmaiar e depois quando se acorda, não se lembra mais de nada... Como uma garrafada na cabeça, não como um inverno de dois anos...

terça-feira, julho 30, 2013

Eu não consigo entender certas posições de mundo, confesso que acompanhar a política de três países (e suas ex-colônias e territórios ultramarinos) não me faz muito bem, infelizmente eu sou uma pessoa muito frágil emocionalmente, mas eu sinceramente não entendo essa coisa que chamam de "extrema direita".

Basicamente é um tipo de política que acredita que o direito é algo que se merece com dinheiro (o homem ou produz ou herda esse dinheiro) e que, além desse valor, outro critério deve ser usado pra medir as pessoas que valem mais ou menos que as outras. Um dos exemplo disso são as antigas politicas segregacionistas americanas, parcialmente o socialismo nacional alemão (nazismo) que dizia ter que "purgar" a Alemanha dos judeus e outros casos.

Hoje a Europa se debate com a ONU pra poder rejeitar os pedidos de asilo e de imigração dos africanos e a França tenta à todo custo dar um rumo na imigração, que perto da brasileira é um gigante (na França uma em cada nove pessoas, se não me engano, vem de outro país, contra que no Brasil são três à cada mil). Nesse esquema de crise aqui, diminuição da aposentadoria ali, desemprego acolá, as pessoas começam a tomar decisões estúpidas e colocar a culpa nos outros. Na França, por exemplo, a extrema direita diz que a culpa é dos imigrantes africanos e árabes que, na teoria deles, não trabalha, só está na França pra poder se beneficiar das vantagens públicas (seguro-desemprego, essas coisas) e etc.

O engraçado, como um pequeno parêntese, é que pra que você possa, por exemplo, ter direito ao equivalente atual do RMI (revenu minimum d'insertion) você tem que ser francês de nacionalidade. E pra ter seguro desemprego você tem que ter um dia trabalhado, então as únicas vantagens que um imigrante tem na França dependem do seu interesse em trabalhar, coisa que sinceramente eu não vejo muitos franceses quererem fazer.

É como no Brasil: todos querem ser funcionários públicos, ter um emprego que não consuma todas as horas do dia, trabalhar pouco, ter o direito de insultar as pessoas e não ter nenhuma consequencia. Mas ninguém se pergunta quem é a haitiana que vai varrer a casa, ou a portuguesa que cuida dos filhos de rico, mas todo mundo odeia os imigrantes, discurso velho, mas precisamos nos dar conta disso porque essa palhaçada está querendo se instalar no Brasil (principalmente nos macacos imbecis do sul que já reclamam ou separação do resto do país ou uma noção pra lá de ariana de nacionalidade brasileira. Se um dia eles tentarem traçar uma genética comum no Brasil vão ouvir tanto, mas tanto fado que Wagner vai se suicidar...)

E a moda agora são as extremas-direitas religiosas que falam do apocalipse, votam lei pra mudar nome de rua, dizem que as travestis atraem pragas de mosquitos pro mundo... Ok. Vamos imaginar um mundo de extrema direita. Todos os países de extrema direita, todo mundo mesmo.

O que você acha que ia acontecer? Você acha mesmo que você aí, Zé Ruela, ia ter lugar pra você em algum país do mundo?

Uma hora ou outra iam inventar que você atrapalha e, em nome de Deus, tu ia acordar com a boca cheia de formigas, senão pegando fogo pelo bem das crianças e da família...

Eu não entendo...
Aos defensores de Cabral e da política do status quo

Eu sei que essas manifestações estão incomodando algumas pessoas que eu consideraria como "desnecessárias", mas, para que as mesmas ganhem alguma utilidade eu lhes digo que calem a boca e simplesmente pensem.

Dissolver a nossa democracia brasileira pela metade não é a melhor das idéias, nos expôe à anarquia política? Tem certeza disso? Dizer que o governo de Dilma Roussef é uma farsa é ser idiota? A questão é que QUEM QUER QUE SEJA OU FOSSE o político que estaria no poder agora seria pego no furacão, não adianta. O problema não é a pessoa, e sim o sistema.

Isso me lembra uma história que eu ouvi de alguém que conhecia alguém na política. Cidade pequena, a pessoa ganha a eleição e pensa "ah, finalmente vou poder mudar alguma coisa na minha cidade!" Primeiro dia na câmara dos vereadores, o chefe do lobby vem e diz "olha, por mês tu tem essa grana pra votar com a gente", o indivíduo diz "e se eu não quiser trabalhar com corrupção?" o chefão retruca "você perde o dinheiro e não te ajudamos com nada que você for fazer".

Eu compararia essas manifestações à um sistema imunológico soltando macrófago e comendo tudo o que vê pela frente, é o povo abrindo o olho pra todo pequeno detalhe que não funciona, estamos nos levando mais à serio... Só por favor parem de dizer o que a gente já sabe como "mas o PT salvou o Brasil", gente, já sabemos que o PT fez um salto histórico na nossa democracia, mas precisamos fazer outro, e se isso tiver que custar a banda podre, que custe - ora, ninguém pode nos obrigar a engolir e nos contentar com um partido que apesar de efetivo, ainda é "meio serio", favor não nos obriguem à engolir sempre "dos males o menor".

É do povo a OBRIGAÇÃO de injetar uma dose letal de seriedade na nossa administração, quem sabe esses "ocupa Cabral" e "fora Dilma" não vão aos poucos nos colocando diante de um Executivo menos "Banana" ou "Pizza" e mais "República".

quarta-feira, julho 24, 2013

Quand j'étais adolescent je ne voyais pas autant de groupes extrémistes et idéologiques comme aujourd'hui. Après avoir suivi les nouvelles au Brésil, États-Unis, France et l'Afrique francophone ainsi que les microscopiques pays caribéens et la Guyane, notamment, je constante que cette génération qui sort des lycées et expérimente le goût amer du chômage et du séparatisme sera l'une des plus violentes et isolées si rien ne fait.

Les jeunes voient un monde sans logique, sans place pour eux, sans avenir, les parents eux-mêmes ont perdu leur rôle face aux ordinateurs et à la télévision et le résultat est une génération handicapée socialement, sans les outils nécessaires à l'épanouissement d'un réseau de contacts ou d'une vision délocalisée des relations interpersonnelles.

C'est la génération du "s'en foutisme" de l'absence de la solidarité, de la crise, de "moi avant le reste", de "mes amis en twitter", le contact humain devenu l'homme dans sa zone de sécurité, et si quelqu'un nous dérange, il suffit de le bloquer sur facebook. Plus besoin de tuer à sang froid.

Plus de conséquences, plus de jugements, plus de problèmes à long terme - tout peut être géré avec quelques boutons appuyés en quelques secondes.

sexta-feira, julho 19, 2013

Sabe, quando eu era criança, feministas, ateus, agnósticos, LGBTs, anarquistas, ocultistas, umbandistas e todos os outros que não estavam no mainstream eram heróis, eram pessoas especiais que lutavam contra o status quo, o establisment (eu e os anglicanismos) e faziam do mundo um lugar mais colorido, melhor.

Hoje se instalou uma idéia de que "é modinha", e que quando "é modinha", não vale.

O fato de uma idéia se tornar popular a torna menos digna? O fato das mulheres cuspirem em toda a história ocidental (por enquanto!) de vergonha, humilhação e submissão, e ainda por cima terem conseguido disseminar a idéia de que os corpos e os espíritos delas pertencem à elas, isso é desprezível?

O fato do ano de 2013 ter sido o ano em que a geração mais desmaterializada que nós já vimos ter ido às ruas dizer que eles não estão de acordo com a política, isso é digno de cinismo e sarcasmo?

O ano em que o ocidente (por enquanto, mas é só por enquanto!) acordou para o direito (e a existência) das pessoas LGBT com essa onda de leis e novas diretrizes, isso tudo, porque está sendo discutido à boca grande na mídia, é digno de desprezo?

A não ser que você seja filho de um Eike Batista *e* alguém de uma índole muito fraca, um caráter muito perverso (ou pervertido), não tem como dizer que o que estamos vivendo é um momento dos mais bonitos da história recente do Brasil e da civilização ocidental (o Egito pode ser considerado ocidental?)

Eu queria que hoje nós tivéssemos mais orgulho de todas as gordas e as mal comidas que a cada dia que passam tem um pouco mais de respeito por si, por todas aquelas pessoas que no finado mês contam moeda de 5 centavos pra pegar ônibus no domingo, daquela bichinha pão-com-ovo que passou o ensino médio levado surra de grandalhão e hoje pode ir num cartório e casar (que nem gente!)

Finalmente estamos sendo capazes de olhar pras pessoas pelo que elas são por dentro e não por quanto dinheiro elas tem no bolso, a quantidade de melanina que elas tem em cima da pele, ou por qual tipo de órgão elas fazem xixi.

Esse é o mudo ideal: o mundo onde cada um tem o seu espaço sendo exatamente quem é.

Pena que ainda é só aqui no lado ocidente do mundo... Mas a gente chega lá!

sexta-feira, julho 12, 2013

Just thinking some shit

But that's it. I'm bored. I'm bored as if life had just nothing interesting in it. I got a job possibility, a confortable life and everything, but it's not enough. Nothing interests me... And I wonder why it aways happens? I try to don't be so demanding or think that life needs to be like in the movies - I don't like movies that much (and there's aways people with guns, I don't like guns at all) - but what I like about life is the possibility to share things with people.

I was thinking about vacations but I came to the conclusion that I don't want to travel, I don't want to move, I don't want to do nothing before deeply and completely discovery what's happening about myself.

I feel like I need to go elsewhere like a country where people speak another language, or that I should just start all over and live another life, I mean, I have the right, have I not?

I'm still young, feeling so old.

Fuck man, I need to move, that's all.

Question is: Where? How?

Maybe I should do as aways: the most stupid and unpredictable decision will be the one I pick so please guys, invite-me to go to Mars or something.
But that's it. I'm bored. I'm bored as if life had just nothing interesting in it. I got a job possibility, a confortable life and everything, but it's not enough. Nothing interests me... And I wonder why it aways happens? I try to don't be so demanding or think that life needs to be like in the movies - I don't like movies that much (and there's aways people with guns, I don't like guns at all) - but what I like about life is the possibility to share things with people.

I was thinking about vacations but I came to the conclusion that I don't want to travel, I don't want to move, I don't want to do nothing before deeply and completely discovery what's happening about myself.

I feel like I need to go elsewhere like a country where people speak another language, or that I should just start all over and live another life, I mean, I have the right, have I not?

I'm still young, feeling so old.

Fuck man, I need to move, that's all.

Question is: Where? How?

Maybe I should do as aways: the most stupid and unpredictable decision will be the one I pick so please guys, invite-me to go to Mars or something.

terça-feira, julho 09, 2013

Eu fui realmente muito idiota. Com a minha mania de grandeza eu pensei que fosse melhor que qualquer pessoa e decidi que "viver uma aventura, a maior de todas" poderia ser o meu caminho.

Escolhi não fazer direito, escolhi "ser artista", "ajudar as pessoas à encontrar a própria luz", escolhi "acreditar no amor e nas pessoas", e o que eu tive depois dessa aventura toda? Essa sensação massacrante de não ter lugar pra mim nesse mundo.

Pensei tanto nos outros (principalmente nos que estavam perto) que esqueci do que eu queria.

E sinceramente - o que eu quero? Eu não faço a menor idéia. Eu só sei que saí da casa da família pra encontrar uma vida melhor e holy fuck, o que diabos foi que eu encontrei? Penso em me matar de dois em dois dias, tudo dá errado, e eu não faço a menor idéia de pra onde quero ir ou o que quero fazer.

Hoje eu tinha decidido aceitar essa sina e engolir tudo à goles grandes, dizendo pra mim mesmo que eu não sou melhor que ninguém, que nenhum desses gênios brilhantes que fazem mestrado em Havard e terminam garis.

Pode ser que eu me acostume com a miséria espiritual e o completo vácuo intelectual dessa floresta maldita, e comece a achar tudo isso muito bom, basta apenas que eu esmague, que eu torture, que eu dobre e que eu subverta a minha vontade pra me acostumar com a vida normal das pessoas normais que "abraçam as oportunidades que a vida lhes dá com coração aberto".

Eu quero que a vida se foda. Eu ainda não achei o que eu queria, eu não vejo mais a magia e o sentido profundo das coisas e das pessoas, e eu sinto que parei de me mexer. Eu não encontrei o que estava procurando, e não faço a menor idéia em que parte só inferno essa porcaria está.

Sim, eu tenho 27 anos e tenho o direito de dizer que me sinto como se tivesse oitenta desde que tive essa idéia estúpida de não fazer o que todo mundo faz e ir me esconder atrás de um cargo publico.

Por que é que eu sou tão retardado? A vida que eu quero não pertence a uma pessoa só, e não pode ser vivida nesse planeta como eu o conheço.

Sim, a tristeza deixa um gosto amargo, o arrependimento pesa como chumbo na alma, mas o que eu poderia ter feito senão seguir o meu destino e ser um idiota que acredita que esse mundo não é ordinário, e que as pessoas são mais que o que tem na conta bancaria delas?

Estou decepcionado comigo de não conseguir juntar e aceitar as peças do jogo.

E por favor, não me prescrevam Deus - o prozac faz efeito mais rápido.

Mas como sempre tudo vai se arrumar até que tudo se desarrume de novo, uma vez à cada dois ou três dias, e é assim o meu pequeno ciclo, o meu combate eterno contra mim mesmo e as minhas 777 contradições...

Quem nunca se sentiu assim que me diga se é maconha, sexo, vinho do Porto ou mansão na praia com piscina olímpica...

Ah, o maravilhoso mundo material e nosso contrato em branco assinado com o demônio das fortunas...

segunda-feira, julho 08, 2013



Ou estou ficando maluco, ou a tristeza deixa, literalmente, um gosto estranho na boca.

sexta-feira, julho 05, 2013

Hold it

Adoro quando vejo as pessoas dizerem "não se preocupe" e "tudo vai acabar bem" quando elas mesmas diziam "mas você devia ter prestado mais atenção, a vida é muito difícil".

Não é que eu peça conselhos, mas às vezes quando a gente quer falar merda só pra descarregar e acha que pode contar com um ombro amigo precisamos ter que ouvir todo tipo de profecia.

Olha, aqui vai a minha profecia pra todo mundo: Quem tem cu, tem medo. O tempo passa, a pele cai e toda uva vira passa. Se ninguém se preocupar com nada as coisas simplesmente não vão ser possiveis.

Então, please bitches just stop fucking trying to tell me what to do...
Pague minhas contas, faça milagres, ou então diga só o bom e velho "porra, é foda".

"Porra, é foda" é uma das únicas frases realmente sinceras de ajuda que já ouvi na minha vida.

Evangélicos e política

Por que eu não concordo com candidaturas sectárias

Recentemente eu deu uma olhada no blog da "deputada evangélica doutora Silvana", deputada estadual no Ceará.

Essa senhora diz que "representa os irmãos em cristo" na política. E grande parte da sua expressão política é mainstream midiático: falar das bichas que casam, de curar as sapatonas e criar leis que "protejam o cristão".

Eu me pergunto: O que diabos essa mulher está fazendo lá?

Eu não votaria em um deputado esotérico por ele falar que vai colocar a cabala mística no ensino fundamental, mas sim, se ele é capaz de propor uma reforma na qualidade da educação pública no estado do Ceará, ou se ele é capaz de melhorar a gestão da saúde pública. 

O que eu quero dizer é que eu não estou nem um pouco interessado em votar em alguém que compartilhe as MINHAS CRENÇAS, porque elas são MINHAS. Eu quero ver alguém que seja capaz de pensar no MEU POVO e olhar o cidadão brasileiro não como os "irmãos em cristo" ou as "galinhas calungueiras", mas como um cidadão que é digno de direitos e dignidade qualquer que seja a sua religião, ou falta dela.

Por favor, evangélicos: Parem de votar em pastor porque ele é pastor/médico/manicure! Para os brasileiros em geral: Parem de votar em primo/sobrinho/amigo que é dentista/médico/palhaço. A receita não está dando certo.

Precisamos votar em quem tem formação política, capacidade e consegue se distanciar de um grupo específico pra olhar pro todo.

Não às candidaturas sectárias! Precisamos de verdadeiros candidatos, e não de espantalhos!

terça-feira, julho 02, 2013

Apesar de ser uma coisa tão obvia, é tão difícil... Nada deu certo: a faculdade, as papeladas, a burocracia, o estilo de vida, nada. Absolutamente nada. Conclui que preciso ir embora daqui, isso é fato notório: toda ligação que eu recebo me dá ansiedade (também é complicado ser diferente, sempre que alguém me liga é alguma coisa "urgente" que eu tenho que resolver e que não me traz beneficio nenhum), não tenho como descarregar o stress, não durmo bem (com gente roncando é foda, mais os pesadelos de assassinatos, e tudo que vem junto), gostaria de voltar pro Brasil - mas pra ficar onde? Queria ficar sozinho, ter um canto pra poder dar minhas aulas e reconstruir meu emocional.

Deus, me dê uma luz... Ou então sei lá. Só sei que aqui está ruim demais.

sexta-feira, junho 28, 2013

O discurso da carreira pública no Brasil é majoritariamente administrativo ou político. Enquanto noutros países as pessoas lutam pra conquistar as vagas de professor no ensino público, no Brasil, o professor finda sendo professor por amor, por medo, por crença pessoal, desejo revolucionário... Não sejam professores não-universitários no ensino público. Isso vai acabar com a saúde de vocês. Querem ser professores de ensino público? Façam dois anos de mestrado na França e depois façam prospecção de curriculo no país, lá, apesar de ser um país muito chato, você tem dignidade.

Estamos falando muito em discussões de cúpula no Brasil, mas a salvação pra toda violência, avacalhação, baderna, corrupção é uma população capaz de saber a diferença entre A e B. Somos completamente indefesos. A burguesia no Brasil reinvindica bastante, mas sempre culpando os pobres - ora, os nossos pobres que são o calcanhar de Aquiles do Brasil. É por causa deles que estamos em anarquia. Então, burguesia, se não quer ter teu iPhone roubado, manifesta pelo pobre.

Manifesta pelo SUS, ela escola municipal... Para de manifestar só pra baixar imposto de Victoria Secret...

segunda-feira, junho 24, 2013

Vou lá dormir com esse cheiro de maresia, medo, tédio e todas as sensações que a gente tem quando ouve as pessoas nos ensinar a receita da vida que elas são incapazes de seguir como uma dieta difícil demais pra qualquer gordo.
Não tenho interesse nenhum em carros, casas, coisas... Não sonho em ter coisas. Isso é normal? Aliás - não tenho sonhado com nada especifico a não ser os sonhos da noite que só servem pra encher as horas entre a noite e o dia. Os sonhos de memória, os sonhos encucados, os sonhos encubados, os sonhos perturbados, os sonhos de sempre que ou a gente sonha pela metade ou lembra pela outra, justamente a metade que não interessa.

Talvez se eu gostasse mais das coisas sonhasse mais, ou os meus sonhos seriam mais inteiros, porém me inquieto em pensar que eu preciso procurar meus sonhos no mundo das coisas para que eu possa sonha-las nas horas do sono.

Eu queria sonhar com as coisas que quero, mas o que eu quero? Eu quero nada misturado com porra nenhuma. Eu quero céu misturado com impossivel, com ridículo e com todas as coisas que não se dá pra ter.

E o que eu tenho afinal senão um grande porra nenhuma, o céu e os meus sonhos que mal tem as coisas...
Ja tive tanto medo que cansei, agora é o medo que tem medo do meu tédio...
"Pra que a gente precisa ter uma razão pra tudo?"

Isso me faz pensar à uma das melodias de Ravel sobre temas judaicos: "perguntou o mundo, a antiga questão: tra lá lá, e o homem respondeu: tra lá lá."

Sim, digo - não! Não tem razão nenhuma pra gente estar aqui senão simplesmente estar, mas nós já estamos aqui há tanto tempo que inventamos perguntas cada vez mais difíceis. 

Eu gosto de fazer perguntas, mas gostaria de fazer menos perguntas e ver mais lugares, fazer mais coisas. No final das contas eu ainda sei falar a língua antiga do mundo, "tra lá lá..."
Le son des scooter des jeunes qui squattent le quartier se fond à celui de la mer profonde et orgueilleuse qui dit des choses incompréhensibles.

La lune, sa lumière baigne et macule les ténèbres qui me regardaient avant que je ne me rende compte que j'ai toujours plus de futur que de passé, j'ai plus d'espoir que de regret. L'enfant il n'est pas mort, il demeure seulement en enfer...

domingo, junho 23, 2013

Nessa trajetória suicida que eu decidi conheci algumas das pessoas mais exóticas do mundo, e um traço que percebi nas pessoas ditas vitoriosas é uma certa capacidade meio psicopata de se desligar inteiramente de quem não serve, de quem atrapalha, de quem não colabora.

Será que eu sou um desses psicopatas?

Desde que entrei no microcosmo amazônico vi uma outra classe de gente nesse ramo dos "psicopatas vitoriosos", vi uma estirpe que é capaz de degolar, de extorquir, de mentir, de fazer o que for pra ganhar. Vi mentira, vi política, vi a boa e velha incompetência misturada com uma sede de poder e um desespero que dão medo.

A questão é que eu não aguento mais. Não aguento mais esse mundo verde e pequeno onde eu sou confrontado com a minha própria incompetência e inércia. E não, eu não quero voltar e "fazer concurso pro Banco do Brasil", eu quero "voltar" (nem sei pra onde) e reencontrar o ar dos meus pulmões.

E à toda a juventude que está dentro dessa floresta, onde quer que seja pobre, onde quer que vocês sintam que é pequeno, que não seja suficiente pra vocês, vão embora. Vão embora porque o mundo é maior. Eu estou dizendo isso pra me convencer.

É um tédio, é uma mágoa, é uma culpa, é só uma vontade de ir embora eu não sei pra onde...

sábado, junho 22, 2013

Meus filmes de terror preferidos

Filmes em ordem desalfabética, os que eu mais gostei tem estrelinhas

Silent Hill 1, 2
Série "Paranormal Activity" (o 2 e o 4 são meio cansados) **
The Cabin in the Woods **
Paranormal Activity (Exorcismo de Emily Rose, o último exorcismo, a possuida e a possessão pra fazer a série "sai deste corpo") **
Poltergeist (aquele de 1982 mesmo) ***
A coisa (o de 2012 não é ruim)
From Beyond (lembra os filmes toscões da band, é luxuoso de bom) ***
Insidious (um dos melhores e mais ricos filmes de terror sobrenatural que eu já assisti, recomendo mil vezes) *****
Fright Night (o novo também é bom, mas o de 1985 é assistível e divertido) **
The Evil Dead (bom demais) *****
Cloverfield (excelente! Imprevisível e muito legal tipo falso documentário)
The Ward (muito bom) ***
The Mist (uma viagem de filme) ****
The Omen ("it's all for you Adrian!") ***
Stake Land (excelente filme dos que te fazem esquecer a hora) ***
Grave Encounters (ainda não vi, mas muito bem cotado)
The Entity (de 1981, especialmente perturbador para as mulheres)
Prometheus (EXCELENTE! Para os fãs de Alien é como encontrar a mãe perdida no shopping) *****
Chernobyl Diaries (jovens europeus turismo extremo... é bom ver como eles se fodem!) **
House of the End of the Street **
The apparition 2012 (louco e muito bom) ****
The Haunting in Connecticut 1 e 2, muito bons
Super 8
Série "Saw"
Série "Hellraiser" (pode parar no 5... lol)
After Life 2009 (Inteligente, imprevisivel) ****
Dark Skies 2013 ****
Mama 2013 ***
The Descent 1 e 2 (GOOOOOOOOOOOOOOOORE, EXCELENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE) *****
Don't be afraid of the dark 2011 (história longa mas ótima)
O labirinto do fauno ****
A pele que habito
The Host 2013 (sci-fi, lindo filme) ****
Absentia 2011 podrão mas dá gosto
Shelter 2010
Les ojos de Julia (excelente filme espanhol - eles são bons em terror)
30 days of Night 2007 (sexta-feira, pipoca, crianças... é legalzinho)
The Lords of Salem 2013 (FODAAAA!!! Sem nenhum pudor com nada! E ainda mais ROB ZOMBIE! Só os fortes entenderão) *****
Sinister 2012 (Filme que você termina de ver assim O.O ) ****
Lovely Molly 2011 (pode ser realmente perturbador mesmo, watch with care) ****
The Pact 2012 (mais suspense que terror, excelente enredo)
The Collection 2012 (filme de psicopata... ¬¬ pra quem gosta)
Entrance 2012
Mientras Duermes 2011
Playback 2012
Stocker 2013 (ótimo)
Amer 2009 (filme francês, bem doido)
We need to talk about Kevin (revoltante, pesado... tem que estar com o prozac pronto antes de ver) ****
Rubber 2010 (ainda não vi, mas é bem cotado)
Battleship 2012 (boom, boom, pow, pow, é legal, tipo sci-fi...)
The Raven 2012 (psicopatas e fãs de Alan Poe)
Grace 2009 (perturbador e lésbico)
Pandorum 2009 (excelente! Faz você viajar e dá muuuito medinho)
The Awakening 2011
VHS 2012 (pesadão)
Smiley 2012
The Uninvited 2009
Citadel 2012
Thrist 2009
The Orphanage 2007 (excelente)
Meeting Evil 2012
Bigfoot the lost coast tapes 2012
The Day 2012
The House of the Devil 2009
Hollow 2012 (pesadão, inglês)
The Devil Inside 2012 (sai deste corpo)
Alien Raiders 2008 (independente, baixo orçamento mas de respeito)
Shuttle 2008
The tall man 2012 (filme obrigatório)
The Amitivylle Horror 2005
Seven 1995
Insensibles 2012
Gone 2012
Carriers 2009
Tape 407 2012
The Caller 2011
Babysitter wanted 2008
The moth diaries
Intruders

sexta-feira, junho 21, 2013

É claro que a senhora presidente da república não seria capaz, como não o é qualquer que seja o ser humano, propor uma reforma milagre que explodiria todos os corruptos e reduziria os problemas em pó. Não. O buraco é mais embaixo, a coisa é difícil, eu reconheço.

O executivo no Brasil é descentralizado, a organização e distribuição da verba é complexa, e no processo a coisa falha. Mas falha por quê?

Falha porque a máquina política se baseou nos valores errados. Falha porque os nossos partidos vêem o cidadão como uma máquina-de-dinheiro, um bicho à ser controlado e esgotado. Podem dizer o que quiserem, que tem que "fiscalizar" fulano e cicrano... Eu não vou fiscalizar porra nenhuma, o político que teria que se fiscalizar antes de tudo, e o que eu pude fazer eu fiz: fiz um voto coerente de acordo com as propostas que me foram dadas, e foram escolhas ruins, porque eu não tinha outras!

Quando um partido coloca "Antonio de Lunga" outro "Debora Soft" outro "Tiririca" e personalidades engraçadinhas pra conseguir voto... Não me diga que é um partido com vocação de seriedade, mas de populismo.

Então, senhora Dilma Rousseff e todos colegas da classe política: Parem de tirar sarro da cara do brasileiro. Não venham contar piada nas eleições e agora vir tentar falar sério e cobrar da população o que vocês mesmos, com todos mestrados e doutorados que vocês colecionam graças à facilidade que a vida de burguês e de rico deu à vocês, foram capazes de fazer!

Pena que precisemos ainda olhar pra cara de vocês nas próximas eleições e ainda ter que pagar o preço-corrupção da putaria que todos vocês fizeram e fazem seja na esfera federal como no menor dos vereadores. É uma bela de uma putaria, é um banquete, é um festim de sangue essa (a)política do Brasil.

Pra mim o discurso de Dilma Rousseff hoje foi um INSULTO à população brasileira.

Um "foi mau galera, vou falar com os mano pra diminuir a sacanagem" teria sido mais digno que 10 minutos de masturbação mental de uma mulher confusa que fala como um robô!

quarta-feira, junho 19, 2013

Faz tempo que eu digo que a internet (aqui personificada pelo facebook) seria o grande campo de batalha do povo contra a patifaria que acontece no Brasil. Quanta gentinha já me xingou, já me "advertiu", já me bloqueou, já me interceptou na rua pra que eu "deixasse de ser revoltadinho", essas pessoas que eram colegas, amigos e companheiros estimados hoje são as memórias de um Brasilzinho vazio, gentinha sem nada entre as orelhas pois eis que finalmente essa minha profecia do apocalipse se concretizou, e todos esses "revoltadinhos" filhos da massa proletaria ou pobre estão lá na rua tomando bala de borracha.

Todos vocês que estão tentando sair pela tangente porque pra vocês o Brasil está bom demais, tenham vergonha! Vocês são o peso morto, vocês são o inimigo como já foram comigo tentando me calar ou "me ensinar como é a vida".

Viram agora do que eu estou falando, ou querem que eu desenhe?

Não! Eu não aceito e nunca vou aceitar injustiça! Seja de professor universitário, seja de família, de amigo, de conhecido... Eu não bajulo, não devo nada à ninguém e não tenho rabo preso. E queria que todos amigos pensassem assim também. Nós somos livres, nós não viemos à esse mundo para sermos pisoteados! Lutem, se indignem, gritem, sejam incômodos senão vocês vão só continuar sendo capachos de alguém que vocês acham que vale mais que vocês!

ACORDA GENTE! Não é 20 centavos! É a chance que a gente tem de virar o jogo! Por um Brasil mais BRASIL e menos COLÔNIA! Não sejamos mais os bons pretos!

Pelo fim do puxa-saquismo!
Pelo fim do "não posso me queimar"!
Pelo fim do medo dos conflitos de interesses!
Pelo começo de uma solidariedade e de um respeito real pelo próximo!

domingo, junho 09, 2013

Consideração sobre o "lugar" e o "tempo"

Não existem portas fechadas no mundo, tudo o que existem são caminhos sutis, não estamos fadados à viver dentro de um circulo, uma serpente que toca a própria cauda e se devora.

Ouroboros? Não somos deste mundo, não fomos feitos para a imobilidade: daí a curiosidade e a angustia humana quando mesmice.

Também não somos responsáveis por nada e ninguém, não existe nenhuma autoridade maior sobre um indivíduo que ele mesmo.

Tenha medo, sofra, mas não pare de andar e não olhe pra trás, o único caminho possível é o futuro.

domingo, maio 26, 2013

Vou ao mar à meia noite e vejo as tartarugas gigantes que saem e entram na água. São mães gigantes e todas-poderosas que enfrentam as forças mais brutais pra voltar pra casa e preparar uma nova geração que perpetua o mistério da vida e da memória, mas o maior segredo repartido ali é o da partida, cada coisa tem seu lugar e seu tempo...

sábado, maio 11, 2013

Toda vez que eu assisto "o Céu de Suely" de uma forma esquisita eu me vejo ali com 18 anos caindo no vazio, no mar de pedra do sudeste pra jogar tudo ou nada... Ainda no meu ato de retirante estou quebrando braço com a França e me pergunto: será que não era melhor eu ter virado concurseiro em Fortaleza? Professor no Rio ou no Crato? Mototaxista em Guaramiranga...

"A good traveler has no fixed plans and it's not intended on its arriving"

É uma frase bonita, mas ao invés de me dar uma resposta (ou um pouco de paz) só me traz mais perguntas.

Acho que o maior patrimônio da minha vida é a interrogação.

Poético mas desagradável... É viver no inferno sendo chamado de herói quando tudo o que você quer (ou acha que quer) é uma casinha de cerca branca (ou uma cobertura em Nice?)

Não sei mais de nada...

terça-feira, abril 23, 2013

Tanta política, tanta gente pensando em vida e em salvar o mundo, e eu aqui imaginando jeito de morrer. Ou eu sou muito mal agradecido, ou realmente eu to muito, mas muito cansado...

segunda-feira, abril 22, 2013

Minha vida esta tão cheia de muros... Limite da tristeza: depassado. Minha duvida é saber quando farei a primeira merda...

quinta-feira, março 14, 2013

O "novo" papa



O Vaticano anuncia com todas as pompas e tradições milenares a escolha do povo papa. O mesmo seria o argentino Jorge Mario Bergoglio. Ele veio da arquidiocese de Buenos Aires, e até onde se sabe é um homem de grande "finura intelectual e simplicidade", além disso ele é o primeiro papa jesuíta e também o primeiro latino-americano da história da Igreja Católica. O papa Francisco, nome adotado por Jorge Mario Bergoglio na função papal, não é um papa moderno, não está conectado às redes sociais e é conhecido por posições conservadoras.

Na minha opinião, o que nós temos é um "pseudo-papa". É com um pouco de decepção que eu soube dessa notícia, e vou lhes explicar porquê:

O meu maior interesse no Papa é sem dúvida o declínio do catolicismo no Brasil. Com o "afrouxamento" da Igreja Católica sobre as questões da atualidade (o ecumenismo, a sensação de crise econômica permanente, o aborto, a igualdade dos sexos e os homossexuais) nós vimos uma recuada importante da Igreja, o que fez com que os neo-pentecostais substituissem quase que permanentemente a Igreja Católica em grandes e importantes partes do país, como o Rio de Janeiro, e vendo que a Igreja Católica parece ser a única comprometida com a ética, a laicidade do Estado e com o respeito às outras religiões (especialmente quando se fala do movimento ecumênico), considero uma imensa perda, mas apesar disso tudo, o Brasil ainda é o maior país católico do mundo, e portanto referência para outros países do mundo no que diz respeito à importância e à evolução das comunidades católicas no país.

Apesar disso a Igreja Católica de Roma infelizmente tem um mal-estar visível quando se fala da Igreja do Brasil - sincrética, jovem, moderna, e sobre tudo feminina. O novo papa está definitivamente na corrente européia, pois se afastou da teologia da libertação, corrente que acredito ser a única realmente capaz de falar a linguagem do brasileiro católico. Dizer que o novo papa é latino-americano é no mínimo ingênuo, "Bergoglio" é a prova de que nosso papa está muito mais de acordo com o velho que com novo continente. Finalmente concluo que o Vaticano fez uma má escolha sobre como lidar com o catolicismo "ex" Europa, sabendo que a linguagem na África também se aproxima das necessidades latino-americanas.

Bom, é isso. É um novo Papa, mas é tudo velho. Era pra ser alguém que poderia reabrir a Igreja Católica definitivamente aos fiéis desgarrados, mas o lobby europeu falou mais forte. Uma pena. Quem sabe o próximo papa vai ser realmente alguém que fale a linguagem do século XXI, e não mais outro que tente desesperadamente restaurar um mundo que não existe mais fora do Vaticano.

quarta-feira, março 13, 2013

O Brasil e a laicidade


O que é laico?

Definição do dicionário (http://www.dicio.com.br/laico/):

adj. Característica do que ou daquele que não faz parte do clero; que não pertence a instituição ou ordem religiosa: empresa laica; escola laica; Estado Laico.
Que não aceita ou recebe influência religiosa; que se opõe ao que é eclesiástico; secular.
Que se refere ao mundo ordinário, à vida civil.
s.m. Adepto ou pertencente do laicismo.
(Etm. do latim: laicus.a.um)

Recentemente um religioso que está presente na política afirmou que "o Brasil é um país laico-cristão". Nada mais absurdo, pois o Estado Laico é aquele que se posiciona no meio de todas as crenças para ser imparcial, e com a criação dos numerosos partidos de ética cristã no Brasil, estamos caminhando para um estado gnóstico. O Brasil não desfruta mais, em lógica absoluta, do título do Estado Laico.

E eu gostaria de lembrar também que segundo a Constituição Brasileira, a simples existência de um partido político cristão já é transgressivo:

Artigo 19, incisos I e III da Constituição Federal:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
(...)
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Não, caros compatriotas. Não vivemos em um Estado Laico, mas sim em uma pseudo-democracia que se cristianiza a cada dia que passa.

Sejam vigilantes.

sábado, março 09, 2013


Caros amigos, colegas, conhecidos

É fato que continuamos tendo a sensação de que essas campanhas de internet não funcionam, mas eu lhes digo uma coisa: Funcionam. A coisa mais importante que deveria estar acontecendo está, e o fato é que estamos interessados, estamos cientes que existe um problema.

Nós rompemos com a realidade estática da televisão, jogamos-la pela janela e começamos a interagir com a informação que nos é dada. Há quem critique as fotinhas de gatinhos fofinhos e cachorrinhos, mas elas são feitas por alguém, um amador. Não é mais uma mega empresa global que a faz. Estamos fazendo a nossa própria mídia, por mais simplória que seja, às vezes.

Então eu lhes peço encarecidamente caros amigos que saibam utilizar a internet de maneira profunda. Tomem ciência das coisas, percebam que o estado de anarquia do país é culpa nossa!

Se vocês não gostaram do Fernando Henrique, depois do Lula, agora da Dilma, do Renan Calheiros, do Malafaia, do Feliciano, do Tiririca virando político - é porque a gente disse "ah, mas isso não me interessa". Interessa sim, estamos pagando o preço vezes repetidas!

Pessoas que respondem à processos judiciais são eleitos os arautos do povo no Brasil. Escândalos de corrupção vazam, e graças à essa internet chegam na casa da gente rapidinho. Agora é abrir o olho! É usar todos esses sites de ficha limpa, o que fica guardado das notícias na internet e não pensar que título de eleitor é papel higiênico. É coisa séria!

O dinheiro dos royalties foi jogado no ventilador! O governador do Estado do Ceará contrata Ivete pra show ao invés de tratar de doentes, e diz "professor trabalha por amor à profissão, e não ao dinheiro", prefeito do Rio de Janeiro vende as áreas de reserva ambiental da cidade porque lhe convém. Agora a gente sabe!

"Ah, mas não tem solução". Tem sim! É queimar o filme desses partidos, é não votar!

E a todos os amigos e conhecidos que fingem que os assuntos "homofobia", "machismo", "racismo" não tem importância, um recado: Um dia, quando o preconceito e a injustiça custar a vida de alguém que vocês gostam (como eu que perdi um amigo em Fortaleza por suicídio porque era gay) vai doer, e vai doer muito. Isso vai testar os limites da sua resistência e da sua moral. Isso vai jogar você na boca do inferno, vai te dar vontade de cometer atrocidades porque aí você terá entendido como o mundo pode ser um lugar cruel e ruim.

Então seja responsável. Mesmo que uma luta não tenha relação direta com você, ou talvez você tenha uma vida muito confortável com salário caindo na sua conta todo mês e casa ou apartamento herdado de papai e mamãe, saiba que "a vida lá fora" é muito ruim pra muita gente.

Para o povo que não tem a sorte de ser da elite, que não herdou a alegria e a paz, o mundo é ruim. A gente passa 38 horas dentro de um hospital sem saber se vamos ser operados, a gente é demitido de um coral porque fez uma crítica legítima sobre erros de pagamento, a gente é desqualificado de escola de música porque "não estamos no perfil" (o que quer dizer ser gay, nordestino e não-evangélico) - sim, estou contando minha vida para que todos vocês saibam, especialmente os que nunca falam no assunto de porquê política TEM que ser discutido! Política é o que fazemos todos os dias! Política é a nossa capacidade de respeitar o DIREITO do outro, de ter PALAVRA, de ter RESPEITO, de não escolher o fácil, mas sim o CERTO!

Isso significa não ser nepotista, não sabotar a vida de um concorrente, não omitir informações pra ter vantagens sobre uma pessoa. O mundo só muda se fizermos as escolhas difíceis, e a primeira delas é aceitar que estamos vivendo como esquizofrênicos num país que não tem lógica porque nós temos por hábito de fingir que "tá tudo azul".

Não, está tudo errado! Enquanto tiver uma pessoa passando fome ou sede, uma pessoa sem conseguir entrar numa faculdade e uma mãe de família (porque é SEMPRE uma mulher) que não consiga sustentar seus filhos, pra mim, o Brasil é pior que qualquer país do fundo da África. Aqui nós somos a sexta maior potência do mundo e tem gente passando fome num país onde se vendem apartamentos a 10 000 000 de reais em Ipanema.

Não dá. Isso não é um país, é o inferno.

quinta-feira, março 07, 2013


É incrível como a gente sofre pra ser feliz.

O que eu aprendi? Que podemos com praticamente tudo, o importante é não perder o motivo, a razão, a direção... Não perder o que muitos chamam de fé.

Fiz muita escolha louca na minha vida, a grande maioria impensada. Algumas me custaram "empregos", outras me custaram "amigos", outras me custaram "dinheiro", outras quase me custaram a vida, mas porra, que vida louca que eu tenho. Me dei conta que tive coragem de fazer tudo o que uma pessoa convencional não faria.
Dói, dá medo, não andei em uma trilha batida, mas se for escrever uma história da minha vida, se eu tiver coragem de escrever os detalhes mais sujos dá um best-seller na boa.

Então, quer saber? Vá. Se quer ir embora, vá embora. Se quer mandar se fuder, mande se fuder. Nada nesse mundo é eterno, pra começar a nossa concepção das pessoas pode mudar. Não precisamos de NADA. Nada nem ninguém é insubstituível. O mundo REALMENTE tem 7 bilhões de pessoas. NÃO você não está sozinho(a). SIM alguém vai gostar de você. SIM você vai achar outro emprego, só aprenda a não se apegar. O apego é medo, e o medo é a única coisa que realmente pode te levar pro inferno.

Tenha fé no futuro, tenha fé em você. E por mais que doa... A vida continua. E mesmo que não continue, alguma coisa melhor que ela, e muito mais interessante vai aparecer: O desconhecido.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013


Por quem eu falo de dignidade?

1) A mulher: O primeiro indivíduo injustiçado da sociedade. Quem tem sempre o pior e o mais difícil.
2) O homossexual: A válvula de escape, o invisível, o incômodo e o tolerável.
3) O estrangeiro: O novo-escravo, o descartável, o sem-direitos, o homem-bicho.
4) O da-outra-cor: Seja preto, amarelo ou vermelho (às vezes até branco, mais quase sempre o preto) pois não é a cor da capota que define a qualidade do motor.
5) O transgênero: Seja o travesti ou o transsexual, o duas vezes invisível, o duas vezes insuportável, o doente mental absoluto mas que é o grande fantasma de maridos e esposas bem comportados...
6) A puta: A mulher-de-verdade-, a "rapariga", a "piranha", a "que abre as pernas" e que "sabe que tem algo ali no meio".
7) O jovem: O banana, o futuro atendente da McDonalds, o não-herdeiro, o que não vai fazer medicina nem direito.
8) O pobre: Porque existe o rico. Sem o rico era melhor.

Se esses oito grupos de pessoas pudessem ser considerados gente digna de ser olhada e respeitada pelo 1) homem, 2) branco, 3) rico, 4) cristão/muçulmano/judeu, 5) americano/europeu/árabe/chinês/russo, eu estaria quem sabe mais tranquilo sabendo que o mundo, longe de uma utopia, seria pelo menos um lugar de mais portas abertas e menos grades pra fechar...

sábado, fevereiro 23, 2013

Pois é... meu coração bate feito uma britadeira, tenho uma sensação enormemente desagradável e nem sei dizer o porquê. Estou me fazendo perguntas difíceis, perguntas que não gostaria de fazer. Realmente estou pensando em morrer. Isso está me incomodando porque por mais que eu esgote os argumentos racionais, nada justifica.

A questão é que racionalmente está tudo bem. Estou vivendo um momento difícil após o outro, mas essa é a vida de todo mundo e tem pessoas que vivem vidas bem piores que a minha, sempre tentei ajudar as pessoas do jeito que eu pude, e estou feliz em saber que alguns dos meus alunos trabalham, que alguns dos meus amigos tem um emprego, ou conseguiram arrumar suas vidas, mas a sensação que me resta é que eu acumulo toda a mágoa do mundo, ela não escapa. Tenho uma raiva de certas pessoas e de como o mundo é injusto, especialmente contra os que são frágeis e indefesos, e isso deve estar me consumindo. Além disso tem a questão de estilo de vida. A minha vida aqui onde estou não está nem perto do que eu gostaria. É simples constatar: Não tenho vida social, ganho um salário miserável, sou humilhado pelas pessoas com quem trabalho, além de ser tratado como um irresponsável e, se eu quiser fazer outro trabalho, posso ser preso. Não posso cantar em casa porque tenho medo, e se quero sair pra algum lugar, além de não ter o que, nem com quem, fazer, ou está chovendo ou não tem pra onde ir.

Eu posso responder "tá, simplesmente o meu tempo aqui acabou". Racionalmente esta seria a resposta, eu não sou bem-vindo aqui. Existe uma máquina administrativa enorme que é cega e que está programada pra me rejeitar, esta máquina se chama "imigração", e a todos que pensam em fazer a aventura, eu só dou um conselho à vocês que não estão prontos pra se vender, ou que não tem sangue de barata: Cuidado.

Toda essa experiência com os europeus (e os europeus pretos, que são ainda piores que os brancos em alguns pontos quando são ricos) me fragilizou de uma maneira absurda. Estou exausto.

Essa exaustão já era a mesma de dezoito anos de uma vida sem silêncio, sem paz, sem entendimento. Fugi dessa vida pra tentar outra, e vivi três anos sem paz, sem respeito, sendo perseguido dentro da própria casa por um lunático, tive três anos de paz relativa que terminaram por se transformar em inquietude até que fiz isso, fiz essa merda e resolvi sair da minha vida. Por mais que ela fosse uma merda, por mais que eu não tivesse direito de descansar, direito de me repousar... quem tem? Quem vindo de uma família pobre, quem que não tem que a si mesmo no final das contas tem direito à dignidade? Quem colocou na minha cabeça que eu teria direitos? Paguei muito caro por essa vontadinha de ser tratado como gente.

Eu, que sempre me achei melhor que a minha família de desequilibrados (uma mãe completamente histérica e sem limites e um irmão que é mais tapado que uma porta e acha que é o herdeiro da coroa inglesa), agora estou aqui: Às 02:39 da manhã em frente à um computador escrevendo merda e pensando em me matar.

A minha vida pode ter sido boa. Muita gente diria que ela foi... eu que talvez não seja bom. Quem vive fugindo de alguma coisa tem culpa no cartório. Agora qual seria a minha? Eu sempre funcionei de um jeito específico, sempre tive a minha noção de valores sobre nunca mentir sobre determinadas coisas, mas nunca falar de outras, nunca pedir certos favores, mas nunca ter vergonha de outros... Eu não tenho a menor lógica.

A verdade é que, sendo boa ou ruim, a minha vida sempre foi muito desconfortável. Ou porque eu apanhava na escola, ou porque quando voltava pra casa nunca tinha sossego, ou porque quando saía de casa e entrava num ônibus tinha falta de ar e era obrigado a andar porque simplesmente eu não aguento ficar em lugar fechado...

E eu saía pra ver o mar e ficar imaginando que talvez a minha vida do outro lado dele seria melhor. Seria melhor se eu tivesse bem longe da minha família, da minha origem, do meu país... Se eu fosse e nunca mais voltasse, que eu nunca teria saudade, que nada me faltaria, que eu teria talvez pouco, mas o pouco que eu teria me daria paz.

E que eu também não seria obrigado à responder as perguntas que eu não queria, que eu não seria obrigado a estar presente quando eu não quisesse, e que nãohaveriam consequencias, que eu não ia pagar um preço muito alto, que eu não seria punido.

Então eu tentei... terminei o supletivo e fui embora pra São Paulo, terminei no Rio... E tudo foi ficando cada vez pior e mais desconfortável. As pedras no rim apareceram, as dores horríveis, os ciúmes, as brigas intermináveis, depois as horas de trabalho no domingo, a faculdade (e como aquilo foi ruim, como era ruim ser aluno do Homero), e em seguida essa viagem... Eu devo ter feito escolhas muito ruins porque tudo o que tenho na minha vida é um enorme desconforto, uma enorme sensação de culpa, de dívida, de desespero, de ódio. E o pior é que, mesmo já tendo vontade de matar alguém, eu nunca matei. E além de nunca matar, eu nunca fiz mal, mesmo se quisesse. Ao invés disso, eu indiquei pra um trabalho, ou falei que era um bom cantor ou professor... Porque essa é a coisa certa a fazer, não é?

Porém, quando preciso que alguém me ajude, as pessoas estão muito ocupadas. Isso me magoou muito no Rio de Janeiro, mas muito mesmo. A vida lá é tão ruim que as pessoas ficam ruins, e a simples noção de "palavra" pra aquela gente não vale nada. Porém, nada pra mim foi pior do que eu estou vivendo aqui.

Pra começar, o europeu (sim, estou generalizando, e para os que tem a ciência infusa, vão tomar no cu) tem uma noção esquisita de igualdade. Vendo como imigrante, eles são os caras mais egoístas do mundo porque exploraram os cinco continentes nos últimos mil anos, e agora que acumularam bens materiais absurdos, eles dizem que estão em crise de emprego porque as pessoas estão tendo lá na Europa o que no Brasil a gente se mata pra ter, e isso eles chamam de miséria.

Eles tem comida, e se não tem como pagar, tem quem pague. Eles tem moradia, e se não tem como pagar tem quem pague, mesmo que seja uma merda, mas eles tem. Eles tem água quente, eles tem elevadores e botões que funcionam, mas eles acham que isso é miséria porque a vida entre eles é muito chata. Eles não sabem dançar, tem vergonha de tudo e só sabem criticar. Pelo menos na França é assim. E todo mundo fuma e tem os dentes horríveis. Parecem morcegos brancos. Talvez vampiros.

São mal-educados, acham que podem dizer o que querem e como querem, e chamam isso de honestidade, mas se você reclama, te chamam de sucetível. Se você fala o que pensa, dizem que seu comentário é "mal colocado".

Vivem se matando por emprego e dinheiro, fazem sindicatos, greves, falam em dignidade e direitos - mas só se você for europeu. Se for estrangeiro, eles te chamam de ladrão e te comparam até à assassino e dizem pra voltar pra seu país porque é lá que você tem que ficar.

Mas se o meu país não me quer, eu faço o quê? Eu me mato?

É muito desagradável. E os pretos ricos daqui são ainda piores. É complicada, a situação deles. Eles não são muito inteligentes, não sabem fazer perguntas, não se interessam por quase nada. Alguém ensinou pra eles que eles tinham que ser educados, refinados (como os brancos), mas finalmente isso emburreceu eles, porque eles não são assim, eles são de outro jeito. E também como pra viajar daqui é muito caro eles vivem aqui e só viajam quando é pra Paris comprar roupa. Eles, por não se interessarem por nada, não vão à museus, não lêem muito, então a Europa pra eles é só um lugar cheio de prédios velhos quebrados com umas datas e uns nomes numas placas... O mundo pra eles é um lugar muito chato, e eles acham que todos vem aqui roubar alguma coisa deles. São pessoas muito complicadas, às vezes; mas tem uns que são normais. Até conseguem entender uma piada e dizer a verdade.

Então é isso... Eu vejo que tudo tem dois lados, às vezes até mais. Mas estou cansado. Acho que já fiz muita coisa, talvez eu vá morrer logo, ou não. Não sei. Só queria que esse desconforto acabasse. Eu podia pensar em Deus, mas depois de tudo o que vi sobre religiões de massa na França e no Brasil, prefiro ficar aqui decidindo por mim mesmo com meus argumentos de salvação ou danação totalmente profanos.

Mas deixo uma dica, caso eu morra: Antes de fazer uma família, procure viver em paz para poder dar paz aos seus filhos. Uma família desequilibrada cria sujeitos muito instáveis.

Antes de dizer o que pensa, tente ver se a sua verdade realmente interessa a pessoa, ou se você está dizendo porque acha que é obrigado, ou acha que isso é bom pra você. Pense no outro.

Não seja o egoísmo. O esgoísmo é o maior problema do mundo. Acho que é o egoísmo que vai me matar.