segunda-feira, agosto 26, 2013

Vida

Nunca estar contente, imaginar uma vida... Eu nunca fui visual nem obsessivo, sempre tive esse ímpeto de surpresas, apesar de me dizer "não" em permanência, sempre tem um "sim" que escapa quicando pelas paredes até sair por uma fresta de janela e me proporcionar uma vida altamente imprevisível... Mas porque eu não estou satisfeito?

Existem coisas que a gente quer na vida, em geral é sempre algo que envolve conforto, uma sensação de segurança, se sentir importante e amado e ter projetos para o futuro, também tem o lado do estimulo, da fé.

Eu sempre fui uma pessoa estranha. Percebo que consigo ajudar quase qualquer pessoa à se dar conta disso, e sou muito orgulhoso de poder ter ajudado amigos à se reencontrarem, a vida é simples afinal, mas percebi que eu não sou. Eu devo ter uma síndrome de Clark Kent ou de E.T, de achar sempre que "eu não sou daqui".

Andei da conchinchina até a puta que pariu e ainda não me encontrei, ou não encontrei o lugar que procurava, a verdade é que eu fiquei tão desesperado que tinha esquecido o básico, o fundamental: eu sou complicado, e isso nunca vai mudar, e eu preciso estar em movimento, trocando experiências, aventuras - vivendo! Eu sempre soube desde o dia que abri o olho que eu não tinha vindo à esse mundo pra comer e dormir, pra viver em um mundo pequeno e simples, isso não é pra mim.

Pessoas complicadas, meu conselho: paws off, you're born this way - deal with it!

Não procurem a vida fácil, simples! Sejam sinceros e realistas com vocês mesmos, e tenham sempre alguma fonte enorme de auto-estima pra não terminarem como eu tentando se convencer que vocês "podem se adaptar". Péssima idéia, não cometam meus erros.

O sofrer

Alguns sofrimentos são mais difíceis que os outros, existe o sofrimento sozinho, secreto, aquele que é como uma arma química ou um veneno à longo prazo. Esse se sofre fácil, a dor vem, os sorrisos amarelos vem junto, os "tá tudo bem", os "às vezes eu prefiro ficar em silencio".

Esse sofrimento, que não inclui nem depende de ninguém dói, mas é como um mistério, uma ordalia que todos vivemos cedo ou tarde, muito ou pouco.

O pior sofrimento eu acho, é a falsa alegria. É a realização de uma farsa, é construir um reino em cima de pilares de areia, é aquele sofrimento de tudo fazer para não magoar os outros, não destruir as alegrias deles e perceber que a sua alegria não existe mais.

Depois desse sofrimento existe aquele das consequências, aquele dos inevitáveis, aquele que você se pergunta "mas o que eles vão fazer depois disso"?

Muita gente tem medo de amar pra não odiar, se faz de ruim para não ser interessante, se fecha numa bolha de relações seletas ou seguras: no trabalho, na família, com os amigos...

Essas pessoas estão erradas? Estão certas? A ciência por trás da vida é muito complexa, e eu sinto inexoravelmente que ei falhei. Ah, como eu falhei...

A melhor dor é a curta e intensa, aquela que faz desmaiar e depois quando se acorda, não se lembra mais de nada... Como uma garrafada na cabeça, não como um inverno de dois anos...