quinta-feira, agosto 28, 2008

É sempre difícil lidar com o mundo. "Foda-se" realmente virou o meu jargão. Nunca pensei que fosse chegar a esse ponto. Mas pelo menos minha vida começou a alavancar. Recomendo. Dói perceber que realmente existem Pessoas e pessoas. E pra que tenhamos o maiúsculo, infelizmente temos que nos livrar do que pesa. E às vezes os sentimentos de medo, disfarçados de diplomacia, de culpa, disfarçados de paciência, e de rancor, disfarçados em "dizer a verdade" nos puxam pra baixo.

O mundo realmente fica mais fácil com mais desapego, mais confiança em si e mais "foda-se" pras pessoas. Cada um que faça sua parte. Diz respeito a si, o que diz respeito. E só. Nada mais. Fazemos por nós, os outros que façam por si - isso é a mais nobre demonstração de altruísmo. Se todos fizerem por si, todos farão por todos. E ponto final.

Não haveria lugar para frustração em um mundo onde não se tem tempo pra auto-piedade e "peninha" dos outros. Então chega de teletubbies. A moda é essa:

- Te pediram a mão?
Estenda.
- Te pediram o pé?
Dê uma voadora, pra matar.

O pior tipo de inimigo é o sanguessuga. Mas o mais perigoso sempre é você mesmo (que às vezes cái nessa).

Pronto, aprendi

Querido Papai-do-Céu;

hoje aprendi uma coisa muito importante:
Que eu não tenho a obrigação de ser legal.
Então é foda-se pra todo mundo que é mané. FODA-SE!
É ferro, e pimenta no toba alheio!

segunda-feira, agosto 04, 2008

Foda-se

Pratiquemos este verbo. De todas as formas e em todas conotações. Bom verbo, vulgar é o verbo. Mas nunca vi expressão mais poderosa.

Não conseguiu? "Foda-se" Não perdoou? "Foda-se" Não lembrou? "Foda-se" Não esqueceu? "Foda-se" Não deu? "Foda-se" Não vai dar? "Foda-se" E o melhor: não deixa de incomodar? "Foda-se"

Manda se foder, veja o circo pegar fogo. Porque pra você amigo, eles também só dizem isso, só dizem
"Foda-se"!
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. Não há como não admirar um homem - Cousteau, ao comentar o sucesso do seu primeiro grande filme: 'Não adianta, não serve para nada, é preciso ir ver'. Il faut aller voir. Pura verdade, o mundo na TV é lindo, mas serve para pouca coisa. É preciso questionar o que se aprendeu. É preciso ir tocá-lo." [Amyr Klink]

Feliz coincidência ter me encontrado com este texto agora. Ontem mesmo estive debruçado sobre os saldos da minha vida e o cearense em mim só começou a bater no peito e dizer "comedor de rapadura sou eu" depois de ter colocado os pés rachados de sol onde só se usa tênis e quase só se come industrializado.

Também pensando nas Minas Gerais, e todos estes novos mundos: Como é maravilhoso ver o que se repete, e também o que muda violentamente de um quilômetro de chão pro outro. Nosso egoísmo, nossa pequenez toda seca como folha moribunda depois de ver que existem lugares mais secos, existem vidas mais complexas, e existem mundos maiores pra se ver. E sempre se tem onde e como crescer.

O mundo é uma máquina maravilhosa. Sem dúvidas.
(Diário de bordo já esteve em: Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais - estou dominando o sudeste!)