domingo, março 18, 2007

Talvez os céus estejam escrevendo com letrinhas arredondadas. Raramente eu tenho a sensação de que as coisas vão inexoravelmente dar certo, e hoje eu estou sentindo isso. Como se tudo estivesse destinado a um grande e belíssimo amanhecer com tons de harpa e um estrondoso acorde maior com cordas e sopros, dizendo que um movimento importante concluiu e decidiu-se.

Uma certa pessoa muito querida e mãe de outra igualmente cara, certa vez me disse que "quando a gente amadurece aprende a ver que as coisas são mais simples que a gente pensa". Talvez eu tenha parado com a mania de "abraçar o mundo pelas pelas" --- eu e minha mania de epígrafes anônimas. Mas não resisto! --- e finalmente entendido que as coisas precisam de um certo ritmo para acontecerem de forma satisfatória. E claro - entender o que é bom.

Não que eu esteja mais feliz, ora bolas, eu sou feliz. Tenho uma pessoa que me ama, estou tomando rumo em minha vida, tenho bons amigos onde quer que eu vá. As coisas não poderiam ser melhores (apesar dos óbvios contratempos). O que mudou foi a minha perspectiva sobre o próprio ritmo das coisas.

A vida é como a Roda da Fortuna (seja do tarot ou do Silvio Santos, você que escolhe a temática): Por mais que a gente tente segurar tudo junto a si o tempo todo, ela sempre gira e nos surpreende. A questão maior não está nem em ser otimista o tempo todo, nem em evitar o que eu sentia, o maldito desespero e a cegueira depressiva, mas a grande jogada está em saber ter hit recovery. Haha, isso mesmo! Se recuperar dos baques, encontrar o chão.

Seja você pessimista ("realista" - copo meio vazio) como eu, ou otimista como muita gente costuma dizer que é (essa vai com sarcasmo) precisamos começar a praticar o cinismo com nossos dramas, e saber que mesmo o que a gente tem por mais caro, pode sacudir e sumir. E o que resta?

Você mesmo, e nada mais.

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