sábado, setembro 09, 2006

Sono

Eu gosto muito de dormir, mas ultimamente venho enfrentando um problema que parecia ter desaparecido: A insônia. Então eu te digo... Sabe que horas são? Exatamente 03:34h da manhã, do dia 9 de setembro de 2006. E eu deveria estar dormindo. Mas eu não estou.

Enquanto ele, (de quem eu já lhes falei), e ela, (o querido quadrúpede), estão sob o encanto do João-Pestana (foi mau Sandman) eu estou escrevendo este texto sem sentido.

Hoje pensei mais uma vez sobre temas gerais como "por que as pessoas são tão medrosas?" É. Tipo... Não ter medo de barata ou de ladrão, mas ter medo das outras pessoas em um sentido menos bélico e visceral. Mas sim, o medo de conviver, coexistir.

Não estou nem falando de tolerância naquele sentido comum de "deixa que eu deixo", mas sim, no nervo da coisa. Coexistir sabendo que se coexiste. Consciosamente, (se é que essa palavra existe, eu tô com sono, avisei.) Me causa um desconforto muito maçante perceber o desdém que as pessoas trocam ao se observarem nas ruas por aqui e lá.

Era como se a única coisa capaz de aproximar as pessoas desconhecidas fosse o sexo ou o dinheiro, ou um ancestral em comum. E se nada de realmente 'valoroso' (no sentido consensual desta afirmação) consegue conectar uns dois caminhos, tudo o que resta é a indiferença, e em seguida o nojo. É isso aí, nojo.

De vez em quando eu quero chorar quando vejo pinturas, fotos, ou simplesmente olho por uma janela e vejo uma multidão caminhando pra onde quer que seja... Eu penso sobre aquele encrespado de bípedes... Tão diferentes em seus rostos, expressões, aparelhos celulares, cigarros, seios, pobreza, luxo... Mas todos com dois olhos distantes pensando em algum lugar ou alguém. Mas eles nunca se abraçariam espontâneamente, ou trocariam sinceras juras de 'bom dia' sem uma forte razão (das que eu já discuti acima.)

É... Eu posso estar pensando no lindo mundo da Fada Bella ou querer que coisas absurdas sejam reais. Afinal, este é o mundo. Existem os nossos e os 'outros'. E nós sempre estamos sendo usurpados por um presente mais significativo que o nosso. Sempre somos as vítimas de invasões bárbaras ao nosso sagrado meio comum cheio de coisas que conhecemos ou que se repetem.

Isso me dói. Além de não existirmos com nosso mundo, não existimos com a nossa própria espécie. E sim, sempre abaixo ou acima, nunca ao lado. A não ser da mãe, do amigo, do marido, do irmão...

Eu só queria dormir, sabe?

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