Algumas vezes lamenta-se, outras diz-se 'bem feito'. Ainda que a misericórdia seja uma virtude louvável e indispensável em qualquer convivência, as coisas tem limites, por mais que as partes tenham suas parcelas de (ir)responsabilidade ou merecimento.
Simplesmente às vezes algumas coisas não tem solução, algumas vezes as pessoas realmente agem de formas obtusas. E tudo o que se tem a dizer é 'bem feito'. Cada um cava sua cova onde quer, e normalmente não é a morte que nos procura. Nos que a puxamos o robe negro e dizemos 'tia, eu adoro sua atitude, me dá um autógrafo?' (que o digam os emos e góticos de plantão. Afinal - o que é aquilo tudo?)
É sabido que a vida moderna não é das mais fáceis de se entender, e que todos querem ser especiais (únicos) em alguma maneira. Todos vestem seus personagens e vão acontecendo. O problema é que muitas vezes a falta de senso crítico das pessoas, a sua necessidade de sustentar sua faceta dramática e artificial, faz com que atitudes idiotas aconteçam, grosseirias sem muito nexo...
Ser o que se pensa. Isso é o problema. Ser, por si só, é um verbo muito simples, pouquíssimo dependente de outros adjuntos. Ser é simplesmente acontecer, existir, estar em sua própria consciência. O pensar é capaz de uma gama de artificios ilimitada, e quando a consciência se reduz à criação de si mesma, então os problemas começam. O humano se destrói, e os personagens começam.
Daí vem os 'in', 'out', 'hype', 'cool', 'cult'... E aquele monte de palavra esquisita (preferencialmente em alguma língua diferente da que se usa no país em que se vive.) Todos estes arquétipos existem em principio como argumentos do comércio em prol dos interesses de seus beneficiários - e não como criação de uma nova cultura em profundidade e consistência. Infelizmente o comércio, a necessidade do acúmulo de cash é que é o grande determinante filosófico para as massas hoje.
Até Deus vem sendo um problema desde que há a necessidade de se manter alguém sob controle. Então temos todas as castas (e seus respectivos anti-) de hoje em dia. Tendo suas origens profundamente enraizadas neste eixo: Comércio e necessidade de coerção em prol do comércio (e dos que já foram citados, os 'beneficiários', que não são 'a humanidade', ou qualquer ideal utópico platônico... marxista, ou frescura assim.)
É isso aí, senhor gótico - você é produto da cultura cristã, que sofreu uma série perda de moral dos valores, uma influência da música pop, e voilà, temos um usuário aficcionado de roupas pretas e estéticas ocidentalistas distorcidas, como numa maneira de forçar a própria existência a um foco (anti)luminoso de atenção e respeito.
Uma pena que as coisas tenham chegado a este nível, e Buffy, Lost, Charmed, Lain, e tantos outros produtos da mídia consumista definam os novos personagens da vida real. Que tristemente vivem desolados por não serem constantemente bonitos e sensuais como os da lenda (televisiva). Ninguém está maquiado o tempo todo e sob efeito das lentes e iluminações tratadas da Fox e Warner.
E eu poderia dizer um monte de coisas, e conselhos, e sei-lás. Mas não. Vou dizer a estes burgueses ricos e pobres que se fodam. E também vou dizer aos religiosos bons e maus que se fodam. Enquanto eu não ver esperança de uma real humanidade em todas estas caricaturas, vou dizer 'dane-se' e 'bem feito' por todas as frustrações e suicídios éticos que tenho que assistir. E não é problema de hoje em dia, desistam carolas de plantão!
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