quarta-feira, julho 26, 2006

E então um suave aroma surgiu do dourado mar matinal, enquanto as mais belas aves faziam repouso às margens daquela infinita e plácida voragem. Meus olhos perdiam-se na imensidão daquilo dourado, daquilo profundo, fulgaz e ao mesmo tempo essencial e infinito. Eis o meu silêncio em homenagem à linguagem esquecida da inspiração e do amor. Cujo caminhava em companhia da Vênus, e trazia-nos os mais ardentes pensamentos de beleza e perfeição...

Na frente do mar lembrei-me da beleza, ao som das ondas quis viajar, e lançar-me na copiosa incerteza sob a dança das ondas. Porém, neste escuro momento de macabras sensações, vejo as belas aves lançando fortemente suas delicadas asas sob a quietude do vento, que tornava-se tenso e inquisitivo. E meu momento sob o ouro de tamanho deslumbre e beleza se desfez, até que meus pés sentiram o vidro que emantava o solo, onde meu sangue já estava repousando.

O momento infinito daquela fascinação se desfez, e meu coração, ainda desejando o ouro e as belas aves, batia pesado e aflito em meu peito, enquanto lamentava em silêncio a escuridão do mar, a frieza do vento, e o escuro do céu que fazia negro meu sangue, bem tão rubro e tão valioso. Então, ali, sentava-me sobre o belicoso cristal, enquanto a doce voragem do mar tornava-se um furor doloroso e escuro. Então houve, e há o silêncio. Aquilo que emudece a música, torna cinza o sol, e faz com que a lua seja sempre e sempre escura...

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