sexta-feira, novembro 02, 2012

Dia um do onze de dois mil e doze


Olha, essa coisa de vir pro Rio de Janeiro me deu fortes emoções. Assumo: O vínculo que eu criei com o Rio de Janeiro foi muito, mas muito forte. É uma cidade de muitos falsos amigos, de gente que nunca tem tempo pra você e pouco se fode se você precisa de uma coisa ou duas, mas sabe... Percebi uma coisa... As pessoas no Rio, não é que elas sejam filhas da puta, elas se tornam. O Rio de Janeiro suga muito de todo mundo, todo mundo vive cansado e sem um tostão no bolso pra nada, que dirá pra ajudar quem quer que seja. Então eu posso fingir que entendo e me liberar dessa carga de mágoa de sete anos.

Hoje foi um dia muito rico, essa caminhada absurda até a pista Claudio Coutinho e não sei aonde me fez rever como eu gostava daqui, como esse lugar é agradável apesar de tudo. Sem dúvida nenhuma o Rio de Janeiro é *muito* mais agradável que Paris, Frankfurt, Cayenne, Remire-Montjoly, Kourou, Mana... Tem muito mais coisa pra fazer, sem dúvida! Porém enquanto eu tiver meus sonhos pra realizar, minha vida pra viver e meus SONHOS pra perseguir, infelizmente o Rio de Janeiro, esse paraíso de INFERNO está totalmente fora de cogitação. É com lágrimas nos olhos que digo isso, mas o Rio não tem vaga pra mim.

Sobre o vínculo, é estranho, mas eu me sinto mais ligado à cidade do Rio de Janeiro que à minha cidade natal. Conheço mais as entranhas do Rio de Janeiro do que as de Fortaleza, e a maioria das minhas boas memórias de conquistas, vitórias, e tudo o que conquistei na raça, no suor, na competência e na CORAGEM (porra, bota coragem nesse caralho) foi aqui, no Estado da Guanabara, Última capital Imperial das Américas. Apesar de toda a dificuldade, o Rio de Janeiro foi quem me abriu as portas pro mundo e pra minha vida. Foi no Rio que a minha competência foi reconhecida e muito bem. Em Fortaleza o que eu tenho são as memórias da adolescência mais mágica que uma pessoa pode ter, mas viver em Fortaleza não tem condição. Fortaleza está na Idade da Pedra. É um lugar em completa barbárie. Se o Rio tá ruim, nem se atrevam à ir lá... Dá pena. Queria muito que a minha cidade fosse o paraíso que ela MERECE ser, mas enquanto a administração política for quintal de prefeito e governador, não dá. E agora tá muito, mas muito pior.

Eu me sinto fortalezence de cartório, varzealegrence de sangue, cratense de afeto, niteroiense de vivência, carioca de respeito e francês de tabelinha.

O bom de viajar é conhecer.
O ruim de viajar é ter saudade de tudo depois...

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