sexta-feira, novembro 18, 2011

Meu diário de bordo

Estou finalmente comigo mesmo, em silêncio com as minhas idéias, e em processo de cura de todas as feridas. Posso dizer que são algumas... as que eu sinto e as que eu provoquei. E o que me incomoda é esta sensação de que eu tenho a obrigação de saber o futuro, que eu tenho que conhecer todos os mistérios da vida e da morte, e eu só tenho vinte e cinco anos. Isso dói.

Conversei muito com uma pessoa que sabe umas coisas da vida, e ele me disse “por que você pecisa saber tudo?”

Não sei. O verbo é sempre este maldito. Então sigo assim, tentando saber porque eu tenho que saber... por que eu tenho que ter certeza, e controle, e tantas outras coisas que me faltam. Me falta a felicidade. Durmo e acordo todos os dias aqui com a sensação de que eu fiz ou farei mal a alguém. Quando me lembro de todas as palavras que foram ditas, todas idéias que foram tomadas – as decisões não foram a do coração. Aliás: Parece que nunca foram.

Sempre que procurava o outro, fazia por mim somente, e por mais que eu tentasse, continuava com meus segredinhos, minhas opiniões nojentas, minhas impressões de que eu sempre via algo além do alcance. Talvez eu veja. Mas me sinto um fiasco.

Ao invés de romper a barreira do silêncio, preferi inventar motivações malucas e me aventurar no meio de uma tormenta de gelo... vejo que precisava me mexer, mas meu coração definitivamente está um trapo. Estou novamente como há três anos: destruído.

Não queria ter feito mal a ninguém... não queria ter magoado ninguém, queria somente ser feliz... E não adianta dizer que é só trabalhar e viver relações de vista clara e trinta minutos por semana – um dos melhores mistérios do ser humano é o mistério da intimidade.

Eu digo isso, mas sou um fracasso, um verdadeiro fracasso de gente que vive enterrado em tesão, e vontades superficiais e idiotas. Agora eu que pague com lágrimas amargas, quem eu já quis do meu lado, hoje mandei pro raio que o parta. Então será frio, e sonhos destruídos. E hoje me digo: bem feito seu preguiçoso egoísta.

Adeus à intimidade, adeus à sensação de ser único... estou de volta a ser só mais um que se acha na rua. Bem feito. E que eu me torne alguém deste mergulho no estígio. Tudo o que eu queria eram os sorrisos... agora serão lágrimas, e a terrível subjetividade da tristeza amancebada com a incerteza.

Que Deus exista,

preciso de um pouco de luz...

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