terça-feira, abril 22, 2008

Já estou cansando o assunto...

O bom de se acreditar em Deus é que, por mais idiota que seja, você tem um tipo de certeza contínua de que algo em algum lugar se encaixa. E que alguém perde tempo olhando por você. (Não simplesmente pra você como faz um transeunte com cara de taxo no meio da rua).

Certos tempos colocam nossos culhões a prova, e nessa hora eu percebi que não acredito em nada além da minha família e meus amigos. Meus Deuses.

A pior coisa do mundo num caso destes é sentir que as coisas não se encaixam. E que os Deuses não estão lá. É você e o monólito. Você e a lenda pessoal. Seja a tragédia ou o triunfo. Toda a odisséia está pronta. As bestas e os demônios estão em suas respectivas alcovas, com suas bocarras abertas, esperando aquele frouxo herói ousar dar os passos adiante para ser simplesmente devorado pelos mesmos.

Um herói leva consigo a terra, o suor e o sangue de suas origens. Tem algo tremendo e quase terrível de tão perfeito em si. Um herói tem uma certeza, e seu coração é um castelo repleto do seu passado, adornado com as boas memórias, onde moram os seus bens e queridos, e tem como tapetes as tragédias e os desafios.

Já eu me sinto um retirante numa tempestade de areia andando pra algum lugar que mais parece um buraco sem fundo. Quantas vezes um ser humano se sente assim? Meu Deus - quantas vezes alguém precisa olhar pra morte pra saber que está vivo? Quantas vezes precisa cair no poço pra saber que está em pé?

As coisas são o que são... e sejam lá o que forem, eu não as sei, não as conheço. É uma noite sem estrelas, é uma chuva em silêncio de vento frio, e à frente há o escuro.

Não fossem as palavras, estaria morto. Acho que não sei mais chorar.
Que porra é essa, né?
Dane-se.

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