domingo, janeiro 27, 2008

Mozart é a...

Ontem eu tive a certeza de que não sou deste planeta, ou que preciso de um tratamento psiquiátrico.

Desde o Caccini até Ronaldo Miranda e mais recentemente Ernesto Hartman (no hall dos bons compositores e vivos!) é sabido que eu sou dos atrevidos que vai mesmo e estuda tudo o que é interessante. Existe bastante coisa que eu gosto de cantar que pouca gente conhece. Mania por música esquisita, folclórica, experimental e subversiva (eu e os conjuntos folclóricos do Ravel - isso já ficou famoso, inclusive).

Porém, um repertório convencional, que todo mundo canta, não faz parte do meu cânone: Mozart.

Quem sabe tudo começou em uma tarde enevoada de segunda-feira, onde eu descobria o meu asco por aquele compositorzinho serelepe, meio crianção e metido... Falo como se tivesse conhecido o cara. Mas, de certa forma, quando se estuda música, você meio que desvenda a pessoa pela obra. E tenho a impressão de que não teria gostado da pessoa viva.

E isto se refletiu nos estudos - nunca consegui fazer nada do Mozart, oficialmente falando. (Extra-oficialmente pense em Cherubino e Papageno, mas não estou falando só de ópera). Era como se o cara escrevesse as peças de tenor, ou as canções agudas pra um tipo de voz, uma concepção de técnica que eu não conseguisse entender.

É engraçado - escreveu "tenor" e é de Mozart, eu não canto. Se você troca o nome do compositor, mas mantém a mesma melodia (se quiser, até transpôe uma segunda menor acima), eu consigo cantar. Talvez eu idealize.. Sei lá.

Então ontem eu peguei, e me atrevi - fui terminar de ver o Idomeneo (só a ária "vedrommi intorno") e terminar de estudar a melodia e as respirações do Tamino (aquela ária famosa). A coisa parece ter mudado de figura... Não é tão complicado. Só muito gay.

Mozart é muito, mas muito gay :P

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