"Wanderlust" ou "mal du pays"?
Os viajantes me entenderiam que em cada descoberta que fazemos deixamos um pedaço do nosso espírito com os sonhos que dividimos com as pessoas.
Os lugares, pouco importam, mas as pessoas são o motivo que nos faz atravessar os mares, cruzar as fronteiras, descobrir o esplendor da natureza e das construções do homem. Mas os lugares, estes pouco importam - o que importa são as pessoas.
Fortaleza, Crato, Niterói, Rio de Janeiro, Paris, Bordéus, Lyon, Beauvais, Canny-sur-Thérain, Ruão, Basiléia, Caiena, Matoury, São Lorenço do Maroni, Regina, São Jorge do Oiapoque, Oiapoque, Remire-Montjoli... São tantas ruas, tantas esquinas, tantas saídas, tanto asfalto e pista e pedra e cabos elétricos, mas sem as pessoas, são só lugares. E os lugares não tem importância.
Viver em movimento é viver em meditação, é viver vendo o presente desfilar em alta velocidade sem que possamos parar pra olhar pra um momento sem que o mesmo já tenha ficado em outro lugar, com outro alguém que talvez não revejamos mais.
A viagem é uma analogia da morte, é uma imitação da roda da fortuna que gira e nos deixa ébrios de tanta humanidade e tantos lugares.
Mas os lugares não são importantes se não tivermos com quem nos maravilhar do canto de um pássaro ou do vermelho do poente, os lugares não são nada - só o que resta são as saudades...
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