Que fim de tarde triste. Cá estou eu rodopiando dentro desse ônibus indo embora do Rio de Janeiro.
Acabo de passar do lado do Consulado Geral da França no Rio de Janeiro e me lembro de como está saída pedregosa começou: colaram um visto no meu passaporte que tinha só uma semana de vida e eu fui embora procurar a vida em outro lugar.
As pessoas estão sempre me dizendo que o Rio está horrível, e está mesmo: violência, drogas, caos, desigualdade social... Mas o que vocês querem que eu faça se eu preciso ser feliz? Tentei ganhar dinheiro, não gostei. Tentei ser outra pessoa, não gostei. Eu gosto de cantar e dar aula, posso talvez fazer um concurso público pra carimbar coisas e pagar minhas contas, mas eu preciso viver onde eu esteja feliz.
Não tem como abrir negócio no Rio por conta dos lobbies e da corrupção, não tem como ter emprego de carteira assinada, e nas óperas da faculdade, que não haverão, também não poderei cantar (desde a audição que eu passei e anularam tudo, percebi que eu não estava lidando com uma situação favorável).
Mas vamos lá: o lento retorno à uma casinha simples num bairro de gente humilde onde quer que seja nessa cidade que respira crack, caos e fé em Deus.
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