"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. Não há como não admirar um homem - Cousteau, ao comentar o sucesso do seu primeiro grande filme: 'Não adianta, não serve para nada, é preciso ir ver'. Il faut aller voir. Pura verdade, o mundo na TV é lindo, mas serve para pouca coisa. É preciso questionar o que se aprendeu. É preciso ir tocá-lo." [Amyr Klink]
Feliz coincidência ter me encontrado com este texto agora. Ontem mesmo estive debruçado sobre os saldos da minha vida e o cearense em mim só começou a bater no peito e dizer "comedor de rapadura sou eu" depois de ter colocado os pés rachados de sol onde só se usa tênis e quase só se come industrializado.
Também pensando nas Minas Gerais, e todos estes novos mundos: Como é maravilhoso ver o que se repete, e também o que muda violentamente de um quilômetro de chão pro outro. Nosso egoísmo, nossa pequenez toda seca como folha moribunda depois de ver que existem lugares mais secos, existem vidas mais complexas, e existem mundos maiores pra se ver. E sempre se tem onde e como crescer.
O mundo é uma máquina maravilhosa. Sem dúvidas.
(Diário de bordo já esteve em: Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais - estou dominando o sudeste!)
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