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segunda-feira, junho 25, 2007

domingo, junho 24, 2007

Elementos da técnica vocal, por Patrizia Morandini, parte II

Da respiração
A base da técnica vocal está na respiração, que deve ser costo-diafragmática, isto é, como aquela de um bebê recém-nascido que, quando nasce, é imune ao estresse e aos maus hábitos, e respira da maneira mais correta para a vida, e que depois deve-se reapropriar dessa natureza... então: dilatar a parte baixa do abdome e as costelas inferiores na direção das costas, uma expansão da cintura para emitir o sopro, deve-se somente voltar à posição original e então “apoiando-se” sobre a parte de baixo, este movimento faz, sim, com que o diafragma aja como músculo de sustentação da pressão aérea que se cria dentro dos pulmões.

Da emissão
Este ar ganha vida na traquéia e põe em vibração as pregas vocais que estão unidas (aduzidas) como a palheta de um instrumento de sopro, por exemplo, um oboé.
A esta altura entra em atividade a segunda parte do mecanismo de emissão da voz, isto é, a ressonância: as pregas vocais emitem um som que naturalmente têm um volume muito baixo. Para aumentar esse volume, deve-se encontrar um ponto de amplificação que está entre a columela (base do nariz) e a úvula.

Para encontrar esse ponto, nos utilizamos da musculatura orofacial, da língua e da pronúncia dos sons. Encontrado o ponto focal da emissão, a voz adquire timbre, espessura, pureza e facilidade. O ouvinte assim não percebe toda a infinidade de movimentos internos que o cantor deve fazer, pois tudo parece fácil e seguro, porque o som se amplifica naquela a que chamamos “máscara” e que é diferente de pessoa para pessoa (a máscara é constituída das cavidades ósseas que se encontram na nossa face, e, pela lei da física, um som se amplifica quando encontra um corpo duro), e isso faz com que cada um de nós tenha um timbre de voz pessoal e característico.

Conclusão
Uma vez adquirido um certo padrão de técnica e de estudo da música propriamente dita, deve-se encarar o estudo das interpretações, que variam de compositores, de estilos, de épocas, e, enfim, de personagens. Um estudo de longos anos, feito de um amor infinito, tenacidade, constância, paciência, cultura, determinação, liberdade de pensamento e, para mim, também a pureza interior.

É inútil dizer que, para encarar esse estudo, servem os professores que o(a) acompanham e seguem, porque o cantor (ao menos no início) não é absolutamente maduro para diferenciar um som corretamente executado de um errado. Tem que ser um professor que o(a) ensine a construir o seu instrumento e a sua pessoa, que tenha sensibilidade para compreender qual é a cor da sua voz e, sobretudo, tenha a polidez de deixar que o aluno siga sozinho no momento certo.

Aproveito esta ocasião para agradecer a pessoa à qual devo inteiramente a minha carreira, Margherita, obrigada. Não fique com muita raiva se aquele anjinho não ligava para a sua maneira rígida, mas afetuosa de colocá-lo na linha. Você estará sempre no meu coração.


Créditos:
Autoria do texto por Patrizia Morandini.
Tradução do original em italiano por Glaucia Piazzi.

sábado, junho 23, 2007

Elementos da técnica vocal, por Patrizia Morandini, parte I

Introdução
Muitos de vocês sabem que sou cantora lírica, e hoje pensei em escrever um pouco sobre a voz humana.
Muitos me perguntam como nasce a voz lírica, quantas horas de estudo por dia são suficientes para ditarem o repertório... e se eu sou um tenor.

Agora decidi deixar claras as coisas para os leigos (para os experts, se quiserem, posso passar outras...).

A voz humana é, ao meu ver, o instrumento mais completo e fascinante que existe, somo nós com todo o nosso ser, nossos medos e nossos tabus. Em suma, somos nós na nossa essência de seres humanos. A Bíblia diz que o verbo foi a vibração como origem da vida, o que acham? Esta é a primeira grande diferença que há entre um instrumentista e um cantor: o canto é algo muito mais profundo e igualmente difícil.

O instrumento está do lado de fora, você pode vê-lo, tocá-lo, ter o controle visual das mãos, pode escondê-lo também, mas cantando, não. Você está nu diante da platéia, as suas pregas vocais... você não as vê, não as sente (você somente as sente com o seu ouvido interno).

Os sentidos do cantor estão completamente projetados dentro de si, e isto comporta um muito profundo conhecimento do próprio corpo, uma aceitação muito profunda e relaxada e um amor ao próprio instrumento que você leva por toda a vida no bem e no mal, com suas alegrias e suas dores.

Das diferentes vozes
As vozes se diferenciam em: vozes masculinas e femininas. As masculinas em: tenor (a voz mais aguda masculina), barítono (voz média), baixo; as femininas em: soprano (voz aguda feminina), mezzo-soprano, contralto. Tanto os tenores como as sopranos se dividem por sua vez em soprano (tenor) ligeiro; soprano (tenor) lírico; soprano (tenor) dramático, isto pela diversidade do repertório, isto é, os papéis (ou personagens) da ópera que são interpretados.

Tosca, por exemplo, é um soprano dramático, Mimì um soprano lírico (mais doce), Lucia di Lammermoor, soprano ligeiro, etc. e assim explicado, o que quer dizer repertório e diferenciação vocal? (Um pouco como no boxe - peso pluma, ligeiro, etc.; só que o que pesa aqui é o timbre, sendo o mesmo mais ou menos escuro).

Depois lhes dou uma explicação rápida sobre a técnica propriamente dita.