Faz um tempo que observo o andar as discussões nos Estados Unidos, na França e no Brasil sobre a evolução do assunto dos direitos civis e da causa "gay" (ou melhor, das pessoas homossexuais ou transidentitárias) e me choco à cada dia com o caminhar dos discursos e principalmente com as liberdades que as pessoas se dão pra "saírem do armário" quando elas vão dizer as suas verdades por aí.
Pois bem,
Vemos discussões bíblicas, políticas, psicológicas, esotéricas, médicas, teorias da conspiração e um escambal de coisas, não quero entrar em nenhum mérito - simplesmente não o possuo. Não tenho formação nenhuma pra falar de absolutamente nada em específico, só que eu, como homossexual, me incomodo muito com tudo o que leio, e ouço, mas o que eu posso fazer? Posso citar os trechos da bíblia que, numa determinada teoria, defendem os homossexuais, posso falar dos primeiros artigos da constituição de qualquer país ocidental, posso citar o conselho internacional de medicina, falar das diversas experências cármicas e dármicas do indivíduo, citar os estudos que falam de dados genéticos no comportamento humano, ou também especular sobre a origem dos deuses no Egito, a verdade é que sendo embasado ou não, cada um acredita no que quiser.
Mas eu tô falando de crença?
Sim, tô sim.
No campo societário e da interação humana, finalmente percebi que não existe lugar pra lógica. A lógica e a verdade são meras possibilidades no emaranhado da técnica e do discurso que se colide com as idéias contrárias, e se mistura numa sopa de palavras que podem ser interpretadas entre o insulto e a conversa amigável sem culpa.
Depois de assistir à praticamente todas as sessões da Assembléia Nacional da França sobre o projeto de lei que abre o casamento e a adoação aos casais de mesmo sexo, várias discussões inflamadas das frentes (quase sempre religiosas) e os defensores da causa "gay", percebi que os diálogos que partem de um preceito de "pura lógica" não vencem. No campo da sociedade ganha quem grita mais alto, quem tem mais carisma, quem tem mais força de personalidade.
Digo isso para convidar os amigos frustrados que se agarram à tudo o que parece sagrado na igualdade de direitos e no caráter humano para deixarem essa estratégia acadêmica e começar a entender o oponente. Estamos falando aqui de sujeitos que escolhem arbitrariamente o que lhes convém na bíblia e na constituição, e o resto é relativisado. Quem faz isso? Sejamos honestos, todo mundo. Todos nós praticamos lobbying.
Então você aí, caro amigo, desista da razão. Busque a verdade. E a verdade, companheiro, é de quem fazer o povão bater palminha!
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