quinta-feira, março 29, 2007

Aye-aye... que vida!

Este animalzinho sexy e extremamente charmoso, é um tipo altamente ameaçado de extinção. Um raro e bizarro lêmure que ainda aparece aqui e acolá no continente africano (sul do saara e outros) e Madagascar (não exatamente no filme).

O que acontece é que o animalzinho faz parte de um filo de mamíferos extremamente distinto em termos evolucionários, e apesar de toda a importância científica, o pobre coitado não tem a mínima importância nos tablóides sobre vida selvagem ou seja o que for. Por quê? Porque ele é feio pra caralho!

Esse bicho é um troço noturno, grande, com um dedão médio enorme, que mais lembra o dedo de um esqueleto pintado de preto e, além disso, come insetos. Nem preciso dizer o que a moçada da área onde este belíssimo tribufú acha dele. O animal é considerado maligno e portador de mau-presságio. Estraçalham o bichinho na porrada.

O que quero dizer é que hoje eu li uma matéria sobre este bicho, e o que acontece é que os órgãos interessados na proteção de animais geneticamente importantes como este, encontram dificuldades pois o dinheiro que arrecadam para projetos de pesquisa e afins é dependente de mídia. E é complicado fazer propaganda de um bicho preto, com cara de monstro e esse dedão bizonho de catar mosquito. Dá medo só de ver. O problema é: E se ele, por exemplo, fosse um hamster gigante com dedinhos arredondados? Ou mesmo um ursinho cor de rosa com carinha de bebê?

Até no mundo animal só quem é bonito tem vez. E aí, a gente só deve se preocupar com os bonitinhos?
Foto por Phillip Coffey do 'Jerfey's Zoo Collection'.

"Curta" reflexão sobre 'perdão' II

A verdade é esta - eu planejo cuidadosa e lentamente como derrubar meus adversários, e costumo trabalhar de forma que eles pensem que caíram por conta própria. Acho legal detonar as bombas de longe.

O negócio é que eu não sei o que é perdoar, (sinceramente nunca me perdoaram por nada. Nadinha. Tudo o que eu fiz, de bom ou ruim teve sua respectiva e severa conseqüência), e isso me deixou com uma visão prática de 'perdão'.

O perdão é útil quando queremos ter certeza de que não vamos morrer de câncer ou ter muita azia em dias que convivemos nos campos de batalha. É maravilhoso poder olhar pra alguém que te fudeu e não dar a mínima pra seja lá quem for. E é melhor ainda poder dizer pra si mesmo que você, apesar de todo o mau que te foi feito, deseja todo bem do mundo pro/a sacana. Faz um bem danado pro ego, e com a propaganda certa, dá uma ótima promoção social. As pessoas tendem a valorizar muito os "maduros" e "fortes".

Até aí é tudo muito bonito, falando sério, este perdão de "dar a outra face" não beneficia ninguém além do "perdoante". É mais um jogo de ego do que nobreza - você se satisfaz, evita futuros conflitos, e ganha muito em estima de pessoas moralistas. Agora eu me pergunto: E a diversão?

Onde está a diversão de ver aquela informação que você recebeu, ir parar no ouvido errado na hora errada logo a respeito da pessoa errada? Ou até mesmo a mais pura verdade fazer com que uma pessoa que leva um certo grupo muito a sério entre pelo cano ("queime o filme") e ainda saia de vilão? Ou a melhor de todas - precisar de um favor seu, que só você possa garantir, e ficar na mão de forma bem dramática? Ah... Isto sim é perdoar os nossos egos feridos, as nossas noites insônes de auto-análise inútil enquanto tudo que o resto do mundo quer de nós é apenas angústia.

"A bondade não consiste em ser da rosa o perfume e da cura o bálsamo. Mas em tempos de falsa calmaria, ser o açoite que desperta o vil e o preguiçoso de seu conforto infâme!"

¹: De "Odete Roitman" (é assim que eles costumam escrever).
²: Por mais que se force parecer, não é indireta pra ninguém. (^^)

"Curta" reflexão sobre 'perdão' I

Fiquei viajando esses dias quando li em algum lugar a seguinte frase: "Quando encontrares um homem bom, imita-o; e quando encontrares um homem mau, analise-se." Não era exatamente o texto, e não me recordo do autor. Mas esta pequena máxima foi disparada no meu "banco de dados de coisas legais".

Eu sempre tive um problema sério com pessoas que me descrevem na segunda frase da citação (o homem mau) e não se dão o trabalho de olharem pro próprio umbigo. Já recebi as mais interessantes e criativas críticas que se possa imaginar. Por muito tempo, de fato, acreditei piamente que era uma pessoa má. E já cheguei até a praticar o personagem.

Felizmente eu caí na real e percebi que não precisava perder tanto tempo me inspirando na Roitinha¹ e levando esta boa vida de malvado (como diz meu irmão, fazendo careta e projetando o discreto queixo, que só ele tem, pra frente "como é bom ser mau"). Logo meu clima mudou, e percebi que a vítima havia se convertido em algoz! Afinal eu não era o malvado da história! Mas o assunto não é este.

Não que eu faça macumba, não que eu deseje a morte - mas afastem de mim tapetes em pisos escorregadios, tachinhas, discretos objetos cortantes e envenenantes... É - eu sou vingativo pra caralho.

É triste mas é verdade! Não no sentido convencional do vingativo nobre e romantizado (adoro essa palavra, mas só hoje) que se vinga de forma dramática pra mostrar algo valoroso ao inimigo humilhado na própria desgraça. Não. Nada disso - eu me vingo por rancor, pelo puro e simples desejo de ver alguém que me sacaneou ou humilhou na merda! NA MERDA!

Raramente eu movo muitos pauzinhos pra isso, normalmente é fácil deixar pessoas que se expõem muito em situação de risco social (ou físico). Meu problema costuma insistir em um perfil de pessoa:

Menina aparentemente legal, entre os seus 13 a 45 anos, de signo masculino e uma série de problemas de auto-afirmação que se identifica demais com o gênero masculino e é obcecada por amigos gays. (Portanto se você tem este perfil - cuidado quando tiver raiva de mim²).

Hehe, engraçado! Meus dois problemas sérios com cocotas correspondiam muito a isto, e normalmente orbitaram nos mesmos temas (moral/falta de, ética/falta de, respeito/falta de, sinceridade/ falta de, estilo/falta de). Vai entender o mundo feminino, (ou talvez nestes casos específicos. Raramente eu sequer levanto a sobrancelha quando as queridas fêmeas descrevem seus desconfortos neste mundo fálico em que vivemos).

O problema é que sempre aparece uma que acha que eu sou somente aquilo que se pode ver. Não, não... Eu sou Satanás. Sou bonzinho. Mas puxo seu tapete sorrindo, sem que você note que fui eu, caso pise em meus calos (a regra não é exclusiva ao perfil citado acima. Já tive minhas vitórias nefastas e sombrias contra menininhos sacanas também).
E mais este mês vai-se acabando e dando lugar ao próximo... Que saudade da época em que o tempo custava a passar! Não que fosse sempre bom, mas tudo anda muito acelerado, e tenho a impressão de não estar enxergando muito bem as pessoas com quem convivo (de repente é o grau dos meus óculos que mudou. Vivo com dor de cabeça).

Ainda assim é bom sentir este bem-estar de saber que os investimentos de tempo e suor (numa linguagem romantizada o seria sangue). Todo esse universo de solfejo, interpretação em canto... De repente eu não tinha pensado direito antes de entrar de cabeça nisso. Mas tudo é uma linguagem muito nova, e muito custosa. Porém ainda consigo me descrever como satisfeito. Satisfeito comigo.

Não - não vou falar de ninguém. Estou cercado de pessoas maravilhosas, verdadeiros anjos. O que me enerva é a forma como as coisas precisam acontecer no campo dos estudos e vida profissional pra que dêem certo. Realmente se abdica de muita coisa, e finda-se alienando muito a perspectiva de mundo e até mesmo a auto-imagem fica tendenciada. Estou triste sim, com o mundo que é muito pequeno quando é inconveniente (como encontrar pessoas cretinas em um conjunto de pessoas que deveria ser agradável --- ahem! ---) e muito grande quando é penoso (e registro a minha insatisfação com os custos para as viagens à Europa e a fajuta "promoção de 50 reais da Gol" - não achei sequer UM trecho daqui a Fortaleza pelo preço referido.)

Muitas vezes eu senti uma vontade visceral de ter o poder de dobrar o espaço de acordo com a minha necessidade - fico pensando, por exemplo, se na casa da minha mãe, em Fortaleza, houvesse uma porta que desse na sala aqui de casa. Ia ser incrível poder estar em Niterói e Fortaleza ao mesmo tempo. Perto de todos que amo, lá e cá. Como me dói ter que fazer esse tipo de escolhas.

A pior parte é quando as pessoas começam a nos descrever como "clueless", sem referências, sem passado. Como se tivéssemos nascido dentro de um avião a caminho da "cidade grande" (engraçado que Fortaleza não deixa de ser a quinta maior capital do Brasil, e mesmo assim aqui no Rio, provavelmente o conjunto que representa a segunda maior, eu tenho a constante sensação de não estar exatamente acordado - era como se as coisas aqui não fossem exatamente tão reais como lá. Adaptação difícil! Mas ninguém consegue me convencer de que Fortaleza mal tem duzentos anos, e o Rio de Janeiro já foi capital do Império. Sei lá, era como se aqui fosse uma dungeon para personagens de nível alto se degladiarem com bestas que rendem "trocentos" pontos de experiência).

Era como se, mesmo em uma tremenda densidade de dúvidas e dificuldades, o conjunto "Rio de Janeiro" (compreendido pela capital e cidades agregadas) fosse uma construção diáfana, uma coisa que existe porque várias pessoas acreditam nela. Como se o lugar não fosse real, fosse subjetivo - dependendo da crença e opinião de um grupo de pessoas. É muito estranho. Ando sentindo muita falta de RPG também!

Uma leitura possível, seria de que o Rio de Janeiro é uma espécie de egrégora onde sonhos e pesadelos se misturam num caldeirão de sangue e êxtase (nunca estase) enquanto coisas sugerem acontecer - mas não acontecem. Poderiam, mas de fato não se concretizam, só em um plano especulativo, filosófico, uma coisa meio Sigil em Planescape - sendo que ao invés de uma, várias Ladies of Pain. E muitos Lower Wards. Chega, chega...

quinta-feira, março 22, 2007

Técnica de Alexander

e qualquer coisa que me torne menos tenso serve! Há dias que eu pareço um robô, de tão rijo que fico. Ô vidinha descabeladaaa...

domingo, março 18, 2007

Talvez os céus estejam escrevendo com letrinhas arredondadas. Raramente eu tenho a sensação de que as coisas vão inexoravelmente dar certo, e hoje eu estou sentindo isso. Como se tudo estivesse destinado a um grande e belíssimo amanhecer com tons de harpa e um estrondoso acorde maior com cordas e sopros, dizendo que um movimento importante concluiu e decidiu-se.

Uma certa pessoa muito querida e mãe de outra igualmente cara, certa vez me disse que "quando a gente amadurece aprende a ver que as coisas são mais simples que a gente pensa". Talvez eu tenha parado com a mania de "abraçar o mundo pelas pelas" --- eu e minha mania de epígrafes anônimas. Mas não resisto! --- e finalmente entendido que as coisas precisam de um certo ritmo para acontecerem de forma satisfatória. E claro - entender o que é bom.

Não que eu esteja mais feliz, ora bolas, eu sou feliz. Tenho uma pessoa que me ama, estou tomando rumo em minha vida, tenho bons amigos onde quer que eu vá. As coisas não poderiam ser melhores (apesar dos óbvios contratempos). O que mudou foi a minha perspectiva sobre o próprio ritmo das coisas.

A vida é como a Roda da Fortuna (seja do tarot ou do Silvio Santos, você que escolhe a temática): Por mais que a gente tente segurar tudo junto a si o tempo todo, ela sempre gira e nos surpreende. A questão maior não está nem em ser otimista o tempo todo, nem em evitar o que eu sentia, o maldito desespero e a cegueira depressiva, mas a grande jogada está em saber ter hit recovery. Haha, isso mesmo! Se recuperar dos baques, encontrar o chão.

Seja você pessimista ("realista" - copo meio vazio) como eu, ou otimista como muita gente costuma dizer que é (essa vai com sarcasmo) precisamos começar a praticar o cinismo com nossos dramas, e saber que mesmo o que a gente tem por mais caro, pode sacudir e sumir. E o que resta?

Você mesmo, e nada mais.

sábado, março 17, 2007

Segundo dia de chuva

Eu e meus posts climáticos...

Hoje foi um dia feliz. Eu sei disso apesar de não ter saído de casa (nossa, me conte mais!) Não sei o porquê, mas senti um cheiro de plantas que era muito característico da casa da minha avó. Desci há um tempo pra dar uma olhada no quintal, daí senti este cheiro no caminho. Engraçado... Não tem rapadura, alfinim nem tabaco por aqui, mas o cheiro era exatamente o mesmo.

O bom desse tipo de sensação é que de alguma forma mostra que o mundo é bem menor que a gente imagina. Se você está bem longe de onde veio, como eu. Pense nisso: Se um cheiro se repete, por que não outras coisas?
Si bemól.
Preciso dizer mais alguma coisa?

sexta-feira, março 16, 2007

E lá se foi dona Clara m-o-r-t-a de chique pra Buenos Aires.
(Dedos cruzados pra que ela não pegue calçadas de pedras pequenininhas.)
Rosa del ciel, vita del mondo
E degna prole di lui che l'universo affrena
Sol, che'l tutto circondi e'l tutto miri,
Dagli stellanti giri, dimmi,
Vedesti mai di me più lieto e fortunato amante?

Fu ben felice il giorno, mio ben, che pria ti vidi
E piú felice l'hora che per te sospirai,
poich'al mio sospirar tù sospirasti
Felicissimo il punto che la candida mano
Pegno di pura fede à me porgesti.

Se tanti cori avessi quanti occhi ha il ciel eterno
E quante chiome han questi colli amenni il verde maggio,
Tutti colmi sarieno e traboccanti
Di quel piacer ch'oggi mi fà contento.

In questo prato adorno
Ogni selvaggio nume Sovente hà per costume
Di far lieto soggiorno.

(de La Favola d'Orfeo, Claudio Monteverdi. Libretto por Alessandro Striggio.)

Dia 15.03.1985

Meu melhor amigo nasceu nessa data, e fez aniversário ontem.
Só pra constar como o cara é especial. A piaba mais coicenta do Cocó!
PARABÉNS JOÃO!!!

quarta-feira, março 14, 2007

Reflexões sobre o Ideal

Ideal.

Cinco letrinhas e um ponto bonitinho, cretino também. Quando vejo grandes números de pessoas gosto de ficar pensando sobre o que elas pensam, e divagando sobre porque elas fazem o que fazem. E eu incluso no pacote, claro.

Não que me considere Freud, (apesar de também ser taurino - sofro desta mácula), mas acredito na capacidade da observação e da síntese. E tenho observado uma coisa interessantíssima sobre 'ideal'.

Lê-se e consome-se muito a idéia de uma estrutura perfeita, seja o que for: Afetiva (a primeira, quase sempre), financeira, espiritual, social, física... Tudo na mídia e nas artes gira em torno do refinamento, do perfeccionismo da situação humana - tendo esta como sempre incompleta e desejosa de algo irrealizável, lááá em cima.

O ideal é ter sempre dinheiro, é se relacionar com pessoas simultâneamente estáveis e criativas, é ter noções e oponiões que não existem em contradição; é ser você mesmo, mas ser sempre diplomático e saber respeitar a boa vizinhança, é ter orgulho mas não ser soberbo; é ter fé, mas ser racional.

Enquanto vejo as pessoas buscando se lapidar para o Alto, presto atenção também no que acontece entre este processo e a realidade que encaramos. O fato é que a perfeição, este ideal de mundo e humanidade impecáveis, é um conceito quase matemático, de tão hermeticamente impraticável que é.

Em algum ponto, para fazer o que se tem consensualmente como um bem, nós precisamos ser cretinos, falsos, violentos, usar de hipocrisia, manipulação de influência, sentimentos alheios, e todo um conjunto de coisas que são consideradas erradas. E por favor, não me diga que você não vê a relação entre um bem (maior, menor, XG, PPP, tanto faz) e, por exemplo, as famosas "mentirinhas de nada" ou mesmo o famoso "sacode-leão" (essa coisa de você ser bem violento verbal ou fisicamente com alguém que você realmente deseja que ouça o que você está dizendo e acredita ser o certo). Isso é ser bem ignorante e aquém a nossa própria existência.

A condição humana em si já começa como uma caixa de contradições infinitas, malucas. E eu acredito piamente que a busca desesperada por um ideal de perfeição totalmente simétrico e linear descreve a decadência total da harmonia do homem com a própria existência.

Não que se deva render à entropia todo o tempo, e deixar que as coisas aconteçam aleatoriamente, com os humores do sangue ou da lua; mas buscar ser o que não se é, e ter o que não se pode ter, às vezes, é mostrar com muita evidência a nossa triste incapacidade de aceitar como é bom ser quem se é e estar onde (e com quem) estamos.

O problema é quando a gente sái da moda, né?

Deus está no Céu, e o Diabo está nos detalhes...

Querido diário,

hoje eu estou meio puto da vida porque não está chovendo no Rio de Janeiro. E entende-se que, quando a gente sái do semi-árido, a gente quer ver chuva. Não que não seja bom ter uns dias de sol na cidade-do-cartão-postal, mas está ficando muito quente. E eu volto a me sentir no semi-árido.

Também fiquei puto da vida quando um camarada quis me vender um refrigerante¹ de 600mL a 3 reais. Porra, três reais por aquele refrigerante? Meu cú! Não aceito isso mesmo.

Outro momento de fúria foi o relato de uma querida amiga sobre a relação da velha-nojenta (vizinha genérica e sem importância) com o saudável hábito de todo cantor e cantora de fazer seus vocalizes em casa. O negócio é que a garota é uma soprano lírico de proporções wagnerianas, como diria outro camarada wagneriano. O diabo da velha deve ter feito é macumba de inveja da voz desta referida moça. Odeio vizinho que odeia cantor.

¹:
Não revelarei a marca da bebida. Querem que eu poste sua marca aqui no meu importantíssimo blog? Me paguem!

O Jeito Cearense de Ser Único!

Cearense não briga... ele risca a faca!
Cearense não vai em festa... ele cai na gandaia!
Cearense não vai com sede ao pote... ele vai dicumforça! /diku'fô:wsa/
Cearense não vai embora... ele vai pegá o beco!
Cearense não conserta... ele dá uma guaribada!
Cearense não bate... ele senta o sarrafo!
Cearense não sai pra confusão... ele sai pro balai de gato!
Cearense não bebe um drink... ele toma uma!
Cearense não joga fora... ele rebola no mato!
Cearense não discute... ele bota boneco!
Cearense não é sortudo... ele é cagado!
Cearense não corre... ele faz carrera!
Cearense não ri... ele se abre!
Cearense não brinca... ele fresca!
Cearense não compra garrafinha de cachaça... ele compra um celular!
Cearense não toma água com açúcar... ele toma garapa!
Cearense não calça as sandália.... ele calça as opercata!
Cearense não morre... ele bate a biela! (???)
Cearense não exagera... ele alopra!
Cearense não percebe... ele dá fé!



Acabei de receber esta pequena pérola de cearês da minha mãe. Existem expressões aí que eu nem conhecia (gente, bater a biela, hahaha) e eu sou cearence da cabeça chata! Este, e outros textos me mostram como o povo da minha terra gosta de inventar moda na língua portuguesa. E eu adoro isso. É muito bom a gente ver que a mundiça é da putaria mermo!

Nada contra o praticante formal da belíssima língua portuguesa. Mas entendam, sem frescura nem viadage: Português está para cearês como espanhol para o catalão.
E tenho dito. (Num sabi?)

segunda-feira, março 12, 2007

Coisas que eu não suporto no mundo da música

Existe uma lista infinita de coisas que podem deixar uma pessoa sã puta da vida com este universo de artistas, vou citar o que eu considero o TOP, o que mais me enche o saco (e o de um monte de outras pessoas também). Obviamente tudo aqui é tendenciado às vivências de um estudante de canto lírico:

* Gente com síndrome de estrela: Nada contra um tenor que dá um Mi4 de peito, ou mesmo um contratenor que alcance Dó7 com potência ou a comum sopranowagnerianospintosfogattocoloraturasoubrettedugazzonesposademaestroestrangeiroqueregeaorquestradabarsóvia, o meu problema é com aquele pessoal que se fecha na redominha do 'eu tenho talento' e passa a viver no mundo dos 'músicos talentosos especiais'. Graças a Deus que poucas pessoas sabem o que (e se) eu faço bem musicalmente, senão, já iam querer me incluir nesse troço. Não tem coisa pior do que uma Diva. Sério.

* Gente com síndrome de Mozart: Pior que a Diva, é a reencarnação de um gênio. Acho que já conheci uns vinte Mozarts que compoem melhor que Beethoven somado com Ravel e toques de Stravinski. Aquele tipinho que acha que tem ouvido absoluto, toca piano com uma venda nos olhos desde de os 6 anos e compôe desde os 3. Meu Deus. Isso é o fim da picada. É muita falta de sexo mesmo.

* Gente com síndrome de professor de canto: Esse realmente enche o saco. Não importa quão bem você esteja, quão relaxado, quão disposto... Esse tipo realmente acaba com a sua paciência. Vem aquele tipinho de falando "a sua voz precisa girar mais" ou "seu fá está meio mi". Meu cú. Se fosse professor de canto estaria cobrando pra falar, não concorda?

* Gente com síndrome de surdo: Não falo latim, meu alemão é podre, e meu francês é da roça. Mas sempre tive o cuidado de pronunciar as coisas direitinho. Transcrição fonética (e eu tive aula de fonética no segundo grau) serve pra isso, né? Agora cantar em um coro com uns camaradas pronunciando alemão como se fala 'porta' e 'carne' no interior de São Paulo dá nos nervos.

* "É meu concorrente!": Faz macumba, trata mal... Tem gente que pira o cabeção quando parece que você tem chance de concorrer com ela seja no que for. Pomba-Gira e Preto-Velho que se cuidem, a macumba na vela preta vai rolar com esse pessoal que vende a alma pra aparecer no palco!

* Contratenor com inveja da amiga soprano: Nem preciso descrever, né? Sujeito malha a filha-alheia até a morte porque não nasceu com a gargantinha acochada do jeito que queria.

* Instrumentista frustrado: Não soube cantar... Olha no que deu - Foi tocar tuba. Alguém já ouviu "concerto para tuba e orquestra"? Não? Nem eu! Nada contra quem toca qualquer instrumento que seja... Mas não me venham dizer que cantor não é músico. Isso é muita inveja de usar roupinha e aparecer no palco!

É isso, podem malhar.

sábado, março 10, 2007

Facts and myth

Fact:
Rio de Janeiro is hellishly hot
and dangerous
and expensive
but's still Rio de Janeiro!

Myth:
Christ the Redeemer is one of the new 7 world wonders

(Let's remember of Timbuktu, fellows!)
Ah como é bom isso...

Há dias não chove e há dias não saio de casa no mais sentido sair de casa (tradução: Ir a algum lugar e aproveitar o trajeto.) Sempre cheio dos prazos e ainda por cima estou com uma motivação pós moderna.

Talvez seja essa coisa do aquecimento global, ou quem sabe o ciclo de reprodução das algas, ou mesmo o fato de que não dá pra chegar na lua com uma escadinha de madeira. Como isso pode ser bom? Ando muito emo...

Falando em emo, tem poucos dias que eu descobri o que significa essa palavra. Falo do sentido popular mesmo - rockeiro genérico de franjinha que quer se matar. Não sabia que o lance da franja era tão importante. Imaginava que tinha alguma coisa a ver com anime. Mas parece que não é só isso.

A novidade é que, provavelmente, um sem-número de rapazinhos vão começar a comprar chapinhas pra fazer as franjinhas. Que merda hein? Tem uma chapinha nova aí com turmalina. Sério - colocaram turmalina na chapinha. Já passam até esperma de búfalo no cabelo, agora é turmalina. Também tem chocolate, proteína de pérola... Fico imaginando se isso tudo tem algum efeito radioativo mutante que só vai mostrar as mazelas daqui uns oitenta anos.

E o que isso tem a ver com a produção da soja no RS e na minha vida? A vida é emo o hidrogênio é emo, lápis preto pra simular olheira é emo (e além disso é golpe baixo) e deixar de comer feijão pra ficar pálido também é emo (ou desculpa esfarrapada.)

Mudando drasticamente de assunto, faltam cinco dias pro meu melhor amigo fazer 22 anos. Eu espero que o cara goste da data, e, apesar de eu não estar por lá pra dar prejú nos salgadinhos ou no rodízio de pizza, eu espero que ele se lembre de mim como o santo de macumba que pede a primera mordida e o primeiro gole. Não, não, tô brincando.
"Weep not for the demon"

segunda-feira, março 05, 2007

Frustrações...

Hoje é um dia em que desejei muito mesmo ter uma lâmpada mágica com aquela parada de gênio que realiza desejos. Só três mesmo:

* Ser imune a todas aflições do corpo e da mente (traduzindo: Invunerabilidade a doenças, venenos, drogas, fome, sede, necessidade de respirar. E também a capacidade de nunca sentir depressão nem essas coisas).

*Capacidade de deslocamento livre entre espaço e tempo (teleporte, voar, voltar e avançar no tempo).

*Poder pra curar (o corpo e a mente das pessoas).

E dou-me por satisfeito.

Overprotected Antichrist


Ops, lá foi ela de novo...
Britney Spears, um exemplo de cantora, um exemplo de pessoa mostrou mais uma vez que realmente abala tudo. Até o ridículo.

Acabei de ler em um site de fofocas que a queridinha "afirmou ser o anticristo (né coisa pouca não) enquanto esteve em uma clínica de reabilitação" e este incidente ocorreu no mesmo dia em que a diva quis dar adeus ao mundo cruél.

Muito chique tentou se enforcar com um lençol (provavelmente de seda, porque o anticristo não ia passar um simples cotton no seu pescocinho diabólico), mas pelo menos ela foi sincera enquanto surtava na clínica. Além da declaração (óbvia?) de ser o anticristo (né coisa pouca não), ela disse várias vezes "sou uma farsa!" Finalmente se assume.

É tão bom ver esse tipo de gente se ferrando... Ái é muito bom. E fãs alucinadas: Não pensem que se trata de inveja - gente, eu não vou tentar o fama, minha vibe é outra. E nem quero ser o novo ídolo do Brasil. Só o melhor tenor do mundo. Coisa pouca também. Mas o cargo de overprotected antichrist eu deixo pra nossa divinha pop que está louca tentando voltar pra mídia.

Evanescence que se cuide! Podem escrever: Ela vai abandonar as madeixas loiras, o look beach resort girl e partir pruma morenice mais emo e violenta, quem sabe um glam gothic e deixar as gatinhas do new metal tremendo. Afinal ela é o anticristo! Com 666 e tudo na testa! Não é coisa pouca não!!!

domingo, março 04, 2007

Endi dê óska gôws tu...

Eita diacho, a gente nem precisa assistir dez capítulos da p* de uma novela pra saber como a coisa é acéfala. Páginas da Vida, daquele escritor no mais estilo amor dos reis, o tal do Mane(l) Carlos novamente mostrou como a Globo e sua central criativa apostam na inteligência do brasileiro.

Pra começar, um papel principal, de destaque absurdo na mídia foi dado pra loirinha-para-hipertensos Grazi Massafera (quem não sabe quem ela é, pare de mentir e lembre-se do BBB que teve um gay vencedor. Lembrem, lembrem!) Ela não ganhou o referido BBB, mas caiu no gosto do brasileiro - que tanto zela por talento redondo, carnudo e loiro. Nada contra a menina e quero não estar errado, mas acredito que ELA não merecia uma chance tão magnífica de despontar na mídia assim. Não sou um ativista pelo direito do ator amador carioca (na realidade eu não sou ativista por nada carioca) mas acho que numa cidade como esta, com a maior produção de atores e atrizes de qualidade no Brasil, seria possível encontrar pelo menos umas dez que fariam uma Thelminha vinte vezes melhor que a ex-BBB ex-Miss.

Mas é isso: As feias que se fodam! As sapatonas que se fodam! Infelizmente é isso... Na "arte que interessa", você aí, gordinha, que terminou com a sua segunda namorada e acaba de adquirir o seu certificado de atriz nem na malhação tem vez como coadjuvante, a não ser que alguém da sua família os convença que você é cult.

Quem ainda tem o sonho Global é bom desistir da Globo, a não ser que você tenha o curriculum que realmente interessa: Heterossexual (ou bissexual mais heterossexual e cult), ex-Miss ou Mister alguma coisa e um poderoso pistolão por ali. O mercado da arte no Brasil é bem isso. É tendencioso, é burro, é ação-social de ricos para quase-ricos; é esmola jogada na sacola pro povão e muita, muita zona sul do Rio de Janeiro e suas "realidades".

Digo e repito: SOU BRASILEIRO E JÁ DESISTI. Não acredito no mercado artístico brasileiro, não acredito na política brasileira e não acredito em cultura brasileira (e nesse ponto eu me sinto menos ridículo dizendo que acredito em extra-terrestres daqueles grays que viajam pelo espaço em navezinhas que parecem dois duralex colados e pintados com spray de bicicleta cor prata.)

E a você, artista que deu o azar de nascer por aqui, lanço uma reflexão:
É melhor sair daqui de avião ou no lombo de um jumento?
(Hehehehe!)

(Agora eu digo que vale: MERDA! JOGUE MERDA NO VENTILADOOOR!!!)

quinta-feira, março 01, 2007

Para meu Irmão.

"O rubor sanguinis
qui de excelso illo fluxisti,
quod Divinitas tetigit,
tu flos es,
quens hiems de flatu serpentis
nunquam laesit.
"

Poema de Hildegarde von Bingen