quinta-feira, maio 31, 2007

Mozart, Rachmaninoff, Ronaldo Miranda e Villa-Lobos

Ana Maria Brandão & Marcílio Meira(piano a quatro mãos)
Dia: 27/06/2007
Horário: 20h
Local: Igreja de São Judas Tadeu
Preço: Entrada franca

Em mais um projeto da maravilhosa iniciativa do Música na São Judas Tadeu, organizado pela Compasso Produções, os pianistas Ana Maria Brandão e Marcílio Meira apresentam um distinto e complexo repertório no novo espaço que surgiu na Igreja de São Judas Tadeu.

O curriculum dos dois os precede, e o evento é gratuito. Se tem uma coisa que vale a pena conferir, é esta!

terça-feira, maio 29, 2007

Teste grafológico

Meu teste grafológico disse isso:

Fleumático (N/Emotivo Ativo Secundário)

Sou um cara frio, introspectivo, racional e cheio das éticas. Se for mentira, eu não sei. Mas minha letra escrita diz que é isto! (Pena que ninguém tá pra ver meus belíssimos desenhos em forma de alfabeto!)

É só comigo?

Durmo tarde, e acordo mais tarde ainda.

Gostaria de ter o super-poder (de uma certa Ana Clara) de dormir 01:00h da manhã e acordar as 06:00hs com toda disposição do mundo. Mas não consigo! Alguém me explica como dá pra fazer isso?

Acordo congelado, tonto, puto da vida. Se me levanto logo tenho dor de cabeça. Ainda mais com esse firo desgraçado que tá fazendo no Rio agora.

Blah! Começo a tomar café?

domingo, maio 27, 2007

Pra não me chamarem de doido novamente

Ravel’s first orchestral endeavor was an opera based on The Arabian Nights, entitled Shéhérazade. Although he failed to realize that ambitious project beyond an ill-fated overture, the composer remained captivated by the exotic sounds, rhythms and stories of the East. A collection of poems, also called Shéhérazade, by French poet Tristan Klingsore provided the catalyst for his second -- and this time successful -- tribute to the seductive Shéhérazade. Ravel was so smitten with the beauty of Klingsore’s verses that he set three of them to music: Asie, La Flûte enchantée, and L'Indifférent. Many years later, the composer revealed that originally he had in mind a male voice, but "only women singers with strong musical backgrounds had shown an interest in them."

De Los Angeles Philharmonic Association

Quando eu digo que sei do que estou falando, é porque sei do que estou falando!
Mais um ciclo pra estudar, babei.

Como ser Diva

Não me referindo ao soturno D.I.V.A (departamento de investigação da vida alheia, de cujo fazem parte todas as drags em fim de carreira e todas donas-de-casa e domésticas, assim como todas as pessoas excessivamente curiosas - por opção ou falta dela), vou mostrar um retrato sublime de superação e gênio. Isso, gênio.

Na última sexta-feira uma querida amiga, acompanhada pelo pianista Marcílio Meira, mostrou um belo - porém ousado - recital aqui em Niterói. Aline Ribeiro simplesmente foi lá, escolheu as peças mostrando uma espécie de "caminho histórico da música" e mandou bala.

Encarou peças barrocas de dois gêneros totalmente diferentes, depois partiu prum clássico com cadências melódias difíceis, peitou um Lied, um Puccini e quatro Negro Spirituals (sem bolinar na técnica vocal nem descaracterizar as peças. Me perguntem como ela fez isso, e eu só posso responder 'é raça!')

Porém, o que mais me impressionou foi um bis. Nada mais, nada menos que uma Carmen soprano. Não uma Carminha sopraninha, mas uma Aline Carmen (a classificação vocal 'Aline' significa, antes de tudo, metal e volume).

Ficou muito interessante. O negócio é que a moça, por falta de afinidade com o francês engodou na letra.

Eu penso... Se fosse eu, tinha parado de cantar e bolado na gargalhada (pra quem fica procurando transcrição fonética e tentando reproduzir até as inflexões de um certo sotaque na língua, imaginem como me sinto sem afinidade total com o texto!)

Mas ela não - permaneceu firme como uma rocha de salto e seu vestido de organza, permaneceu firme como a maquilagem que não sái com o primeiro toque do removedor - lá estava ela, Diva!

Ora, se um dos primeiros dons da Diva Cantora não é do do Embromashion! O ato de não saber uma vírgula do que se está cantando, mas mesmo assim transmitir uma mensagem que ultrapassa as palavras e define-se além da linguagem dialética. Arte!

Então plac, plac, Aline você é DIVA!

quinta-feira, maio 24, 2007

As cagádas de Herr Ratzinger

Nosso querido papa, depois de ter voltado ao palácio de euros, vulgo Vaticano, resolveu abrir a boquinha pra soltar mais uma pérola. E depois de ter afirmado mais e mais a postura da igreja sobre o aborto, resolveu falar que "os povos da américa tinham sede por Cristo" como se a chacina de aborígenes pelos espanhóis fosse assim, pura ficção.

Quando assisti esta notícia fiquei azul. Sério, azul da cor de bunda de defunto.

Não gosto de Bento XVI, não simpatizo mais com a igreja católica, e dispenso as opiniões do ex-nazista sobre a América do Sul.

Aliás, falando em nazismo, parece que o ato de matanças em massa não incomodam o papa. Contanto que os chacinados não estejam na paz do senhor, são formiguinhas. Meras formiguinhas. Papa, volta pra Berlim. Vai arrumar o que fazer.

Recital 25/05/2007

MÚSICA – ALINE RIBEIRO
Recital de canto com a soprano. Informações: 2179-2330 ou 2717-3545.

Local: Conservatório de Música de Niterói - Rua São Pedro, 96 - Centro

Dias/Horarios: Sexta-feira, às 20 horas.
Preço: GRATUITO
(Retirado do guia de Niterói).

Nesta sexta-feira, Aline Ribeiro cantará acompanhada pelo pianista e professor Marcílio Meira em recital gratuito no Conservatório de Música de Niterói. Aquele do centro, perto das barcas. O recital é composto de canções barrocas, árias de ópera românticas, Lieder e Negro Spirituals em leituras intimistas e sinceras do repertório. Vale a pena conferir!

domingo, maio 20, 2007

Música inglesa da cortes dos Tudors e Stuart, no Segundas Eruditas na UFF

O projeto Segundas Eruditas na UFF, produzido pela Divisão de Música do Centro de Artes UFF, apresenta o QUADRO ANTIQUO. Formado por Kristina Augustin e Mario Orlando (violas da gambá), Sula Kossatz (virginal) e Flávia Bonan (voz), o grupo, especializado em música renascentista, interpretará “Música de reis”, uma seleção de peças compostas no século XVII, para as cortes inglesas de Elisabeth I e James I.

Data: Dia 21 de maio, 21h

Local: Teatro da UFF (R. Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói – RJ) – 2629-5030 / 2629-5038

Ingressos: R$10,00 (e meia para estudantes, funcionários da UFF e maiores de 60 anos)

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Quantas vezes você teve a oportunidade de assistir a uma coisa assim ao vivo? Um espetáculo como este, a um precinho mínimo e a qualidade em músicos... Só não vai quem não tem noção :P É bom, lindo e barato! Pena que não pude colocar esta propaganda antes!


Para mais detalhes visitem o Guia Niterói.


Espero vocês lá, niteroienses e cariocas que gostam de boa música!!!

sábado, maio 19, 2007

Parece filme

Direto dos estúdios do...
Ontem, em algum dos telejornais que se vê por aí, houve uma matéria sobre o projeto "Copabacana", que se trata da iniciativa dos moradores do bairro para revitalizar o lugar, e trazer de volta a era de ouro do mesmo, que tanto atraía os turistas antigamente. Rolaram uns dados interessantes:

* Copacabana é o bairro mais conhecido do Brasil;
* Parece que é o bairro mais populoso do Rio;
* Mais da metade dos moradores são de terceira idade.

Então percebe-se que boa parte dos moradores, na realidade, não compraram seus imóveis recentemente, e sim o herdaram, ou compraram na dita era de ouro do Rio de Janeiro.

Fica claro que Copacabana não é bairro pra qualquer um (e parece que o qualquer um tá bem específico).

Assim como o Meireles em Fortaleza, que iniciou um movimento ostensivo de "moradia para estrangeiros".

A idéia é bem simples: Basta construir apartamentos que nenhum brasileiro possa comprar, então começam a vir os gringos.

Convenções imobiliárias a parte, vou ao que me impressionou na reportagem. Uma velhinha, provavelmente bem perto da hora da morte, é líder comunitária do bairro.

A imagem da senhora já assustava: Quilos de maquilagem, cabelo de arranjo floral, e aquelas roupas que só se usa depois dos 60, quando nenhuma outra dá certo.

Então, em um dos blocos da reportagem, comenta-se da senhora "e ela demonstra entusiasmo com o novo projeto".

Como assim, demonstra? Só se for por escrito, porque por expressões faciais é difícil. A única coisa que se via naquele rosto era idade.

Ela falava sobre o projeto, e descrevia o plano de revitalizar a Avenida Atlântica, e isso e aquilo outro.

A reportagem também mostrava outras participantes do projeto (três velhinhas que ficam vigiando a praia de noite das janelas de casa).

O número de assaltos reduziu em trinta por cento no bairro, o que é um triunfo, pois Copacabana está cercada por favelas.

Como uma grande casa de senhorio cercada por estábulos e chiqueiros lotados de escravos.

Porém, o ponto culminante da reportagem foi quando a velha, no quase alto e não tão bom som que sua idade permite, afirmou que "o verdadeiro problema do bairro, na realidade, são os moradores de rua".

Hein?!
Como se as pessoas que não tem onde morar ou simplesmente preferem não subir no morro feio, sujo e perigoso fossem como ervas daninhas em um jardim de petúnias.

Ora gente, por favor, né? Sabemos que o Brasil não é mais o país do futuro, e também sabemos que estamos longe de ser uma nação de primeiro mundo. Nações de primeiro mundo é que tem seus bairrinhos utópicos.

Simplesmente você não pode pedir que as pessoas deixem de morar na rua, seja onde for, se elas não tem para onde ir e como se sustentar fora de onde estão.

E outra coisa: A esmola em Copa deve ser bacana! O número de pessoas que passam ali todos os dias, loucas para pagar cem reais por um suvenir ou olhinhos brilantes deve ser fora de questão.

Também temos a mais legítima ação social carioca: O Criança Esperança. Onde entulham-se milhões de receita não declarada para a Globo e chegam alguns trocados para os pretinhos no morro pularem obstáculos e jogarem bola. Pão e Circo.

Vocês querem uma Copabacana? Querem mesmo acabar com a "feiúra" do seu bairro? Comecem a olhar pros lados e entender porque REALMENTE o problema acontece.

Isso sim se chama RESPONSABILIDADE SOCIAL. Se poucos tem muito, e muitos tem pouco... Não precisa-se pensar muito.

É sabido que em alguns países aí por fora, um dos maiores fatores responsáveis pelo desenvolvimento social, além da iniciativa do governo foi o MASSIVO INVESTIMENTO FINANCEIRO E INTELECTUAL DE ENTIDADES CIVIS E EMPRESAS PRIVADAS.

Gostaria de ter a lista aqui, mas em lugares como Estados Unidos, alguns emergentes da Europa, Ásia... Ao redor do mundo as pessoas não ficam na posição de "lavo as mãos" como no Brasil.

Não adianta sonhar com o Brasil de ontem, se os problemas são de hoje. Deve ser a milésima vez que falo em algum troço assim no blog.

Mas não dá gente, se a Copa que é bacana pouco se fode pra Roça que é só cano, eu não consigo ter simpatia pelo bairro cartão-postal.

Então continuem virando as latas de lixo que caem no chão, limpando calçada, reformando praça... Mas não culpem as vítimas por um problema que vocês não tem direito de atacar.

Se querem morar na areia da praia de qualquer lugar do Brasil, acredito que tenham este direito. Ainda estamos em um país mais ou menos livre.

Assumam os reais que sobram e comecem a pensar em como transformar, com inteligência e solidariedade EFETIVA¹, o nosso país inteiro em um Brasil Bacana.
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¹: A solidariedade não do que dá o peixe, mas que ensina como e onde pescar.

sexta-feira, maio 18, 2007

Novo recorde

Mais de doze horas - uma única dor-de-cabeça!

É assim que minha amiga cancela um jantar com macarronada

ATENÇÃO:
O "I Sêmola Festival" foi cancelado!!!!
A responsável pela organização do evento alega problemas na venda dos convites, parece que houve falsificação e o número de vendas foi maior do que o planejado!

Em breve entraremos em contato com a divulgação da nova data!
Atenciosamente,

Equipe Semola S.A.

(Tô chorando de rir até agora!)

quarta-feira, maio 16, 2007

Olha que lixo!

Agora os gringos putos da vida com a wikipédia divulgando centenas de milhares de textos 'liberais' (factuais!) resolvem criar o mais novo lixo da internet: A conservapedia. O troço é nada mais nada menos que uma enciclopédia feita por americanos conservadores para americanos conservadores. E nesta eles põem coisas como a teoria criacionista (o cúmulo da frustração cristã).

O argumento é que a wikipédia é liberal demais. Eu me pergunto o que isso significa... Liberal me passa uma idéia de "liberar" (permitir). Logo algo da má fama da wikipédia se confirma: Alguns textos são incompletos, mal-feitos, ou errados. Porém, a grande maioria de textos formais (materiais de pesquisa científica) estão em perfeito estado.

Talvez "liberal" signifique "não tendencioso". Agora vemos o real caráter americano. Um excesso de preocupação com a objetividade da própria ignorância e total displicência com a realidade factual.

Ainda não conheço o conteúdo do site a fundo. Mas tenho certeza que não é recomendável para as mentes mais influenciáveis. Liberdade de expressão? TIREM ESSA PORRA DO AR!
Lembrando sempre que um nunca é o bastante, e o pacote inteiro sempre é demais. (Isso é o que dá sair pra comprar biscoito de madrugada).

segunda-feira, maio 14, 2007

Impressão

Noite e dia...

Há uma insistência por repetições e coisas girando na vida. Inclusive a cervejinha, a tal da Skol. Tudo gira. Nada é novo na natureza, tudo se reinventa...

Em algum momento do dia assisti a uma daquelas entrevistas sobre pessoas que eu não conheço, era um tal de Doutor Beleza, não lembro do canal.

O caso é que o sujeitinho era brasileiro, morou vinte e tantos anos nos Estados Unidos, e ficou com um sotaque dos diabos. Imaginem sotaque do interior de São Paulo com algo americano. Úi.

A entrevista era o cúmulo do tédio, até o sujeito começar a falar sobre como se sentia ao voltar pra casa. Algo como "foi aqui que fui mais feliz", e não sei o que lá.

Me deu um estalo quando o assunto foi pra esse lado, e a bendita caixinha ainda me fez o favor de passar documentários no nordeste sobre a morte (ontem), alguma coisa sobre o rio São Francisco... Um show de referências.

Então logo minha cabeça foi parar lá, na cidade-forte. No reino do vazio e da saudade...

Lá eu não era ninguém - só o caçula de uma caçula, e um afortunado vivendo no tédio mais divertido que se pode ter. Baladas, amigos, issos, aquilos... Mas algo faltava.

Ei, você também já sentiu isso, não? "Está perfeito demais. Que saco!" Então você junta esperança com cara-de-pau e um pouco de loucura e vai. Seja lá pra onde for, e você vai.

Daí as mudanças começam... Você bebe daquelas águas, você faz e diz aquelas coisas, e em pouco tempo deixa de se reconhecer. As velhas fraquezas não existem, as velhas dúvidas também não.

Então o seu passado torna-se utopia emoldurada e distante... Um sonho de perfeição estacionária. O mais alto ideal de paz, de virtude.

Me parece que, sempre quando nos encontramos longe do meio comum, passamos a nos sentir menores, porém mais capazes. O mundo se torna uma besta a ser enfrentada. E o próprio ego se apresenta com outras cores.

Tudo é novo - tudo é extremamente humano, e o tempo pássa mais devagar. A sensação é viciante como montanha russa ou big jump. Você tem a sensação de que o mundo todo cái ao alcance, a curiosidade beira o infinito.

Porém a velha segurança, a cerquinha de madeira se desfaz... E percebemos o nosso tamanho (ou pior, nos vemos bem menores do que realmente somos). Mas algo é fato: O tamanho do horizonte visível faz tudo parecer menor.

Então perdoar os velhos inimigos já não é tão difícil, relevante. Vencer os eternos medos é banal, tornar-se outra pessoa é como trocar de roupa - uma coisa de estação.

A pergunta, apesar de toda esta beleza monstruosa, ainda insiste: O que muda? O que fica? O que deve mudar? O que deve ficar?

Talvez nós nunca mudemos de fato... Existe sempre uma coisa luminosa bem no firmamento de cada pessoa que está lá - intacta, haja o que houver. O que têm-se mudado é apenas a relação do indivíduo consigo mesmo...

Como diria um certo personagem de RPG: "What can change the nature of a man?"

E eu respondo: Apenas seus olhos.

domingo, maio 13, 2007

Olha que graça...

PLACAS PARA TURISTAS DURANTE O PAN 2007

German Mountain - Morro do Alemão
Big Field - Campo Grande
Nice to meet you - Encantado
Will Go now - Irajá (essa é muito boa)
O walk there - Andaraí (rs..)
Dry Square - Praça Seca
Set fire - Botafogo
Customers - Freguesia
Set black people free - Abolição (sem comentários...)
Very very Holy - Santíssimo
Wait a minute - Paciência
Setting free - Livramento
Good Success - Bonsucesso
Very deep island - Ilha do Fundão
Grandson Rabbit - Coelho Neto
Hard Cover - Cascadura
Priest Michael - Padre Miguel
Mercy - Piedade
It's very cheap! - Pechincha
Nice stay - Benfica (putz)
Bless you - Saúde
Flag Square - Praça da Bandeira
Flagmen Funtime - Recreio dos Bandeirantes
Small Farm - Rocinha
Holy Cross - Santa Cruz
Hello, smile - Olaria (1º lugar)
Mango Tree - Mangueira
Inside Mill - Engenho de Dentro
Alligator to the water! - Jacarepaguá (excelente!!)

Ô povo criativo, meu Deus!

terça-feira, maio 08, 2007

Hoje me sinto assim

"Mild und leise
wie er lächelt,
wie das Auge
hold er öffnet ---
Seht ihr's, Freunde?
Seht ihr's nicht?
Immer lichter
wie er leuchtet,
stern-umstrahlet
hoch sich hebt?
Seht ihr's nicht?
Wie das Herz ihm
mutig schwillt,
voll und hehr
im Busen ihm quillt?
Wie den Lippen,
wonnig mild,
süßer Atem
sanft entweht ---
Freunde! Seht!
Fühlt und seht ihr's nicht?
Hör ich nur diese Weise,
die so wundervoll und leise,
Wonne klagend,
alles sagend,
mild versöhnend
aus ihm tönend,
in mich dringet,
auf sich schwinget,
hold erhallend
um mich klinget?
Heller schallend,
mich umwallend ---
Sind es Wellen
sanfter Lüfte?
Sind es Wogen
wonniger Düfte?
Wie sie schwellen,
mich umrauschen,
soll ich atmen,
soll ich lauschen?
Soll ich schlürfen,
untertauchen?
Süß in Düften
mich verhauchen?
In dem wogenden Schwall,
in dem tönenden Schall,
in des Welt-Atems
wehendem All---
ertrinken,
versinken ---
unbewußt ---
höchste Lust!"

- De "Tristan und Isolde", ópera de Richard Wagner.

Não gosto muito da sensação... Mas é mais ou menos isto. Algo como estar esquizofrênico!!!

O sentimento do tempo

Aos meus finalmente completos vinte e um anos, eu parei pra pensar no que afinal isto significa pra mim.
Eu vivo dizendo que não dou a mínima pra aniversários¹, o problema é que eu ligo pra isso sim, e muito. Porém, como muitas pessoas eu sou frustrado com a data.

Frustrado e neurótico. Em 2005 aconteceu uma coisa muitíssimo triste com alguém da minha família numa data muito próxima ao meu aniversário. E apesar de qualquer coisa é uma pessoa muitíssimo querida pra mim. É uma daquelas tias que sempre liga em aniversário, na realidade sempre liga por qualquer coisa, pra saber como estou, o que estou fazendo...

Na realidade não deveria dizer no presente, e sim no pretérito. Ela ligava. Não liga mais... Sofreu um acidente que a impede de certas autonomias.

E em outros aniversários meus já aconteceram coisas piores, como trotes extremamente ameaçadores e coincidências sinistras. Daí fiquei com a neurinha sobre aniversário.

Este ano infelizmente não teve festinha (raramente tem. Na realidade meu aniversário era mais uma desculpa pro João me arrastar pra comer pizza lá em Fortaleza) ou outra coisa. Foi um dia comum, mas mais frio do que deveria ser... Estava muito, muito frustrado.

Não era uma frustração comum... Era uma coisa como frustração e culpa de ter matado o Papa. E o Papa se chama 'Cronos'.

Ok, eu queria que chuvas de meteoros côr-de-rosa banhassem o céu, e que trombetas celestiais anunciassem meu vigésimo primeiro outono. Sério, queria mesmo. Mas não me dei conta que preciso usar muito LSD pra isso acontecer (e definitivamente esta não é a minha moda, exceto pelo I-Doser, haha).

Daí me frustrei quando percebi o que me frustrava: As projeções.
Quando tinha, sei lá, uns quatorze anos, estava conversando com a minha amada amiga Carol, a Carolzinha, amiga vaca, que me acompanhou na fase mais confusa de um adolescente gay.

Eu estava naquela época de sair de armário, e lá estava ela ao meu lado, sorrindo como uma estátua de Vênus, me dizendo que tudo ia ficar bem, seja lá como fosse.

Então, nesta conversa, estávamos pensando como seria nossa 'adultíce'... E como eu imaginava coisas diferentes... Sonhos taurinos:

Queria estar fazendo alguma faculdade que me desse um desses estágios remunerados legais, e também usar roupinha de playboy e ter malhado durante uns três anos.

E lá estaria eu - com tudo em cima.

Daí eu olhei pra quem eu me tornei... E pensei "puta que pariu, que diabo é isso?"
Fiquei muito perturbado quando observei o que conquistei. Falo insistentemente do MEU patrimônio intelectual principalmente. E eu não tenho qualquer autonomia, qualquer segurança nisso.

Meus próprios valores vivem constantemente abalados com tanta novidade que a vida me mostra... E essa sensação da responsabilidade adulta, da memória do fim, do sentimento do tempo me perturbou demais. Quase me matou.

Era como se eu sentisse culpa por estar vivo. Quando me lembro do que certas pessoas já fizeram por mim, me dá vergonha, remorso de não poder mostrar nada melhor pra elas. E não se trata de auto-piedade, e sim de um sentimento triste de que não sou quem deveria.

Pode-se dizer que eu exijo demais de mim, e desejo coisas impossíveis, mas o que acontece é que eu não sou um gambler, não gosto de dar tiros que não sejam certeiros, não gosto de me sentir na frente de um abismo. A vida já é confusa demais para escolhermos mais e mais caos.

Então pode-se dizer que a falta de certezas, de fatos, e do poder me fizeram perder interesse pelo mundo, de certa forma. Eu me desconectei de mim - hoje percebo isto.

Preciso me sentir útil, querido, integrado, e em constante movimento para frente. Mas me sinto estacionário devido a várias circunstâncias que muitos brasileiros também se encontram. Vivemos em um país cretino sem lugar para sonhadores e suas utopias.

" - Um dia você vai se acostumar com a frustração. De repente vai ficar até bem fácil lidar com ela. O mundo é um lugar muito sem graça, mas você aprende a lidar com isso."

" - Eu não, não sou como você!"
(Mother Pitt e Harper em "Angels in America")

Logo conclui-se que preciso achar uma solução. E até lá preciso ter certeza de que minhas raízes estão firmes, e de que não virão lenhadores acabar com meu barato. Ó vida...
--- ---
¹: Como todo bom frustrado eu esqueço do meu pra lembrar bem dos outros. Tenho datas de aniversário e signos ascendentes e lunares de quase todos meus amigos BEM decorados.

sexta-feira, maio 04, 2007

O que você faria?

Se soubesse que seu próximo aniversário vai ser o pior em vinte e um anos? Antes eu dizia que não gostava de comemorar a festa, mentira! Na realidade eu tenho um pouco de medo dessa data (e datas próximas) porque existe uma tendência a acontecerem coisas extremamente desagradáveis. Então eu prefiro não desenvolver muito o assunto.

Mas este ano vou exagerando: Eu sei que vai acontecer alguma coisa. Só não tenho certeza se vou gostar :-\

Eu e meus sonhos loucos...

Na realidade não chamaria de sonho, eu não sonho. Tenho pesadelos. Não que eu ache legal e dramático ser um cara que só venha tendo pesadelos (nem lembro quando realmente tive um sonho legal com coisinhas bonitinhas).

O pesadelo era meio tosco pra falar sério... Eu me lembro que estava eu e mais umas três pessoas em uma praia à noite (não tem coisa mais pavorosa do que praias em noite de lua nova) e haviam umas barracas muito fuleragem com uns tanques de água dentro.

Eram basicamente piscinas pequenininhas enfiadas na terra, feitas de alguma madeira que só existe em sonho (pra não deixar a água passar, putaqueopariu né? Madeira de borracha!)

Daí, eu e estas pessoas estávamos procurando alguma coisa nestes benditos tanques de água, até que um terrível peixe-morcego saltava de um dos tanques e começava a nos perseguir, correndo sobre a areia com aquelas patinhas de palito de picolé.

(Falei, o sonho era tosco! Mas imagine estar sendo perseguido à noite por um peixe com cara de brinquedo do Cão, patinhas de palito de picolé e uma cauda de escorpião gigante? Pois é, forcei a barra - sou um cara criativo!)

Daí nós fugíamos do peixão em desespero, enquanto os outros seres que dormiam nos outros tanques despertavam, e era um pior que o outro (alguma coisa como uma estatueta voadora do Oscar, uma barra de chocolate branco com garras e presas e um diabrete com jeito de miniatura de gogo-boy).

O resto vocês já sabem, no sonho alguém morre, corremos em desespero e eu acordo (com as narinas entupidas). Que saudades que eu tenho dos meus sonhos na lua ou nos lugares mitológicos com seres mágicos que eu invento. Ó vida, ó sonhos ruins...

quinta-feira, maio 03, 2007

E a foto?

Gente, é o Stálin! Funcionário do mês!!!

Só uma brincadeirinha tosca com meu lado menos compreensivo. Me identifico muito com pessoas como ele, mas não me vejo longe do modelo capitalista, e dependendo da minha disposição eu poderia facilmente me tornar um assassino de políticos FDP.

Mas eu prefiro simplesmente reclamar e esperar que alguém suje as mãos por alguma coisa que não vale a pena. Todos nos veremos novamente aos pés do Criador, não é essa a história?

Dungeon & Dragonsmania!

Joga o d20 logo!
Em tardes como a de hoje, há quatro ou seis anos, eu e meus companheiros de jogo estaríamos enfiando a cara em papéis com coisas engraçadas escritas, e jogando provavelmente até a madrugada.

Lembro de ter me desentendido com o jogo por muito tempo. Essa coisa de toda de "AD&D obsoleto", dificuldade pra encontrar jogadores, toda essa balela. Daí, um dia, por acaso, eu conheci um pessoal em um shopping de Fortaleza e retornei aos bons dias com a jogatina.

O engraçado do RPG é que não interessa se você adora as pessoas com quem você joga: Uma hora você começa a entender o papel de cada um, e inclusive aprende a gostar dos aparentes inúteis. É bem legal.

Dependendo do ritmo, as pessoas te surpreendem rapidinho, desfazendo seus terríveis truques de mestre e mostrando que mesmo sem roubar dá pra ter várias cartas na manga.

Apesar do jogo em si, uma coisa que ainda me irrita é o fato de muita gente ainda considerar o RPG uma coisa perigosa, desaconselhável . É chato saber disso, mas eis minha impressão sobre o assunto:

Que porra de jogo é esse?
Provavelmente muitos papais e mamães devem ter-se feito esta pergunta quando seus moleques chegavam em casa com livros grossos sobre vampiros e monstros mitológicos, e muitas pessoas ficam assustadas com a falta de pudor que a molecada trata isso tudo.

Ficam apavoradas daquele troço todo ser uma forma subliminar de 'contrato diabólico' ou 'bíblia satãnica'. Gente, não sejam burros: Assim como se jogava 'Escravos de Jó', ou 'Amarelinha', o RPG é um jogo que explora lá os seus politicamente incorretos. Mas não é uma tentativa de subversão.

É só uma forma pouco convencional de lidar com temas não-convencionais. Outra comparação aqui é a literatura, os filmes, todo este universo que é composto pela mente humana. Portanto não há nenhum mal em inventar histórias de caçadores de vampiros, ou montadores de dragões. É tudo ficção.

Sinceramente devo muitíssimo ao RPG a minha capacidade de inventar coisas do nada, de pensar criativamente, e num nível mais profundo, a capacidade de me colocar no lugar de outras pessoas, de imaginar como seria se... É isto que um jogador de RPG mais faz: Pensa criativamente.

Todo pai e mãe tem obviamente o direito de selecionar quais conteúdos seus filhos devem ter acesso, óbvio. Mas pensem nisso: Se meu filho convive com as cenas despudoradas das novelas das oito, convive com a morte e a miséria que a televisão propaga, e está inteiro, então ele sabe lidar com isso. O que o impediria de lidar com capas, espadas e a própria criatividade?
Alguém ainda se lembra do Pingu, que passava na TV cultura antigamente? Poxa, que saudades do Pingu!

quarta-feira, maio 02, 2007

Para rir (ou chorar)

Como todos sabem, eu detesto ser adicionado em MSN e orkut sem saber quem me adiciona. Há uns dias um camarada de Salvador visitou meu perfil, e o perfil coincidia com o e-mail desta pessoa que me adicionou no MSN. Eu, sem saber do que se tratava, deixei por um tempo, mas quando vi que não conhecia, tirei do meu MSN. Olha só o que aconteceu! O cara me adiciona, e dias depois diz...

andremavesck@gmail.com diz:
oi qm é (vc)*?
Ramir semi-ocupado diz:
A pergunta é: Quem é você
Ramir semi-ocupado diz:
Você que me adicionou
Ramir semi-ocupado diz:
Sái visitando perfil em orkut e adicionando
Ramir semi-ocupado diz:
coisa feia hômi
andremavesck@gmail.com diz:
de ond?
Ramir semi-ocupado diz:
Vamo, te vira pra lembrar
andremavesck@gmail.com diz:
deve ter me add e não lembra
Ramir semi-ocupado diz:
Não querido, eu não adiciono pessoas sem um booom motivo. Você adicionou depois de visitar meu perfil no orkut
Ramir semi-ocupado diz:
"(link para o perfil)"
Ramir semi-ocupado diz:
Po cara, que memória de peixe a tua, hehehehe

A mensagem a seguir não pôde ser entregue a todos os destinatários:
Po cara, que memória de peixe a tua, hehehehe

andremavesck@gmail.com diz:
VOU VER QUEM É
Ramir semi-ocupado diz:
úi
Ramir semi-ocupado diz:
que memória de peixe, meu Deus
andremavesck@gmail.com diz:
rs...
andremavesck@gmail.com diz:
desculp
andremavesck@gmail.com diz:
pode fazer um favor pra me?

andremavesck@gmail.com acabou de pedir a sua atenção.

Ramir semi-ocupado diz:
fala diacho
andremavesck@gmail.com diz:
rs..
andremavesck@gmail.com diz:
calma
Ramir semi-ocupado diz:
to calmo criatura
andremavesck@gmail.com diz:
manda um scrap no meu orkut aí
Ramir semi-ocupado diz:
pra que?
Ramir semi-ocupado diz:
mandai teu perfil
andremavesck@gmail.com diz:
não precisa mais já estou no seu orkut
Ramir semi-ocupado diz:
blz
andremavesck@gmail.com diz:
vendo suas fotos
Ramir semi-ocupado diz:
Ué, mas só aparece dois dias depois
Ramir semi-ocupado diz:
manda scrap
andremavesck@gmail.com diz:
eu mandar pra (que)*?
Ramir semi-ocupado diz:
scrap
andremavesck@gmail.com diz:
pra (que)*?
Ramir semi-ocupado diz:
Nada, deixe quieto
andremavesck@gmail.com diz:
ok!
andremavesck@gmail.com diz:
vlw
Ramir semi-ocupado diz:
rua
Ramir semi-ocupado diz:


A mensagem a seguir não pôde ser entregue a todos os destinatários:
rua

A mensagem a seguir não pôde ser entregue a todos os destinatários:


*: Emoticons que não carregaram durante a conversa.

E ele ainda achou ruim eu ter achado ruim.

HUMPF!

terça-feira, maio 01, 2007

Palmas!

Reduziu-se a maioridade penal brasileira para 16 anos!
Logo entende-se que aos 16 anos você tenha culpa por matar, mas não tem capacidade para dirigir um carro ou morar sozinho.

João Hélio deve estar gargalhando no caixãozinho dele.
(Este post vai com sarcasmo.)

Wicca - Picca - Ficca - Cuícca

Broomsticks and Belladona
Pois é - nunca mais ouvi falar de wicca. Sério! Antes era um equê do ococó na mídia sobre as bruxas, e a magia natural, e as vassouras e a Deusa, e isso, e aquilo...

A última referência que vi à referida foi um desenho animado muito fofo, Witch. Onde você tem cinco menininhas horrorosas que abrem portais entre os mundos e controlam os elementos da natureza com uns cristais de Guardiãs (do quê?)

O legal eram as roupinhas clubber e as asinhas de borboleta (?) que elas usavam enquanto estavam transformadas em Guardiãs (do quê?)

Daí que me deram saudades daquilo tudo, eu tive um grande período da minha adolescência envolvido com a wicca e vertentes menos ecléticas, como a stregherie e o druidismo. Porém, sendo bem franco, na realidade eu nunca fui wiccan, nunca fui stregone ou muito menos druída.

Partindo do princípio que, antes de ser uma forma de culto, a wicca e afins são instituições sociais, com suas hierarquias, regras e estruturas eclesiásticas (textos sagrados, blá blá blá).

Eu tive aproximação com pessoas, posso dizer, importantes no meio, tanto dentro do Brasil como no exterior. E também passei por experiências que não trocaria por nada. Realmente cresci muito me desvencilhando do cristianismo e da idéia do pecado.

O primeiro problema é que, de fato, eu nunca fui iniciado em porra nenhuma. Nunca fiz parte de nenhuma tradição, nunca me devotei aos ideais de religião nenhuma - eu sempre fui muito fiel ao que eu acredito. E por muito tempo, talvez pela influência do meio, eu acreditei que era wicca. Mas não era, nunca foi.

De todos os princípios da wicca (todos muito harmoniosos e concordantes), existe um que eu não acho nem um pouco conciliador ou revolucionário, e este é o pensamento matriarcal.

Existem textos e percepções lindíssimas sobre este assunto, dizendo que a Deusa retornou para trazer a verdade, que a Deusa desperta para trazer a luz à suas filhas, e isto e aquilo outro... Então vejo a tentativa da repetição de um fenômeno histórico às avessas.

Sabemos que a humanidade durante milênios viveu grandes períodos em estruturas matriarcais. Mas sua grande maioria em idades anteriores a do metal.

De certa forma o matriarcado é sinônimo de primitivismo, de naturalismo. Então sociedades marciais e metálicas surgiram, arrasando com o matriarcado, literalmente. (O último grande exemplo disso são Romanos x Celtas. Quem não lembra das aulas de história?)

Matriarcado? De novo não!
Então lá vem você, bruxa furiosa, me dizer que o patriarcado é uma praga e que o mundo está doente. Ao dizer isto, recomendo que você morra de escorbuto e solte seu computador.

Depois disso rasgue suas roupas industrializadas, não coma nada que tenha passado pelo microondas e saia correndo nua rumo a natureza para viver com a Grande Mãe.

Ok, eu concordo que em muitos aspectos o mundo esteja deficiente. Mas um dos grandes pontos que wiccanos discutem é que o mundo precisa de mais magia, mais sensibilidade, e conseqüentemente --- insistentemente --- da Deusa (e do matriarcado).

Eu me pergunto - Gente, será que a gente não consegue aprender nada? É possível que não tenhamos entendido que pensamentos extremistas não funcionam? Privilegia-se muito um lado, para diminuir-se outro, e a estrutura eclesiástica e espiritual da wicca é extremamente orientada à mulher.

Às suas necessidades, às suas vivências e ao seu mundo. Não simplesmente mundo feminino, (reflexivo, negativo como se sugere na psicologia ou exoterismo) mas mundo DA MULHER.

Sabemos claramente que a mulher vem, a trancos e barrancos com um mundo extremamente frio, tentando se impor como igual.

E acredito que em vários aspectos a balança vem virando em desproporção, afinal os novos padrões estéticos, as novas formas de design, a nova linguagem mundial é feminina. A beleza, a arte, tudo hoje em dia é feito de carros cheios de blush

E não vai ser uma nova/velha religião que vai fazer com que o mundo se conserte, ou que a mulher se redescubra.

Usar toda uma estrutura espiritual como álibi para promover a mulher, de forma perversa, é bem mais diabólico do que esfregar o pecado na cara das pessoas, como fazem os retardados cristãos. É jogar para as pessoas que existe UM pecado só, mas este é incurável: O pecado de ser homem.

Existem mil coisas na wicca que são for women only, mas não existe um décimo de coisas voltadas ao universo masculino. Não diretamente, não consensualmente.

Então a wicca, sem saber, tornou-se apenas uma forma das mulheres se sentirem fálicas, ou seja, poderosas - resgatando o poder que lhes foi 'roubado' pelos homens. Isto não é ser feminina/divina. É ser machista!

É, como todas as outras religiões insistem, dizer que a culpa nunca é nossa, que o demônio nunca está dentro, e sim fora. Que o algoz merece tornar-se alvo de expiação pública.

Enquanto no mundo puritano diz-se "Burn the witch", no mundo wiccano diz-se "castrate the man"! Que pavor enorme do poder de um falo, nossa!

Virtude!
Eu sugiro que tentemos aprender. Que tentemos nos desfazer das idéias cansadas, e partir para o desconhecido. O matriarcado é especulativo demais? O patriarcado é frio demais? Deus é mau? A Deusa é louca? Então procura-se uma coisa nova! Como eu já disse posts atrás, chega de tentar humanizar a realidade. Nós somos reflexo, e não o refletido.

Temos que aprender que compreensão e iluminação não estão em descobrir as verdades aqui embaixo. E sim tentar desconstruir a nossa visão bipolar das coisas. É isto que nos mantém presos aos ciclos, presos às eras e às rotinas.

E é isto que nos impede de entender a real mensagem da natureza: Que as coisas possuem seus ciclos de crescimento, ascensão e declínio; porém, a principal virtude é a de operar os impossíveis. De romper a repetição, de ir além dos limites da tradição ou da vontade pessoal. É ousar destruir-se pare reencontrar-se em algo maior.

Então percebemos que não adianta tentar voltar para a idade da pedra, ou para a época em que Jesus viveu, mas sim projetar-se no futuro, no infinito.

Aprendendo com o passado temos noção de quem somos até hoje, e projetando-se para fora, para , temos a possibilidade de nos tornarmos mais que nós mesmo, mais que meros animais que brigam pela liderança estática e temporal de uma instituição especulativa - seja a mesma financeira, artística, espiritual...

Temos que nos 'desconstruir' dos arquétipos, do homem, da mulher, do bem, do mal, do finito, do infinito - e partir para possibilidades difíceis, improváveis e nunca antes testadas.

Só assim se chegará onde se pode chegar em uma vida humana: No passo seguinte.
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¹: Para que não lhes falte respeito, ou para que não haja especulação, eu sou filho de mãe solteira, do tipo que sofreu feito cão e comeu o pão que o diabo amassou pra sustentar dois filhos sozinha. E você não fazem idéia da admiração que eu tenho por estas mulheres de coração de ouro e sangue de barata que dão a vida pela vida alheia - seja dos filhos, netos, sobrinhos ou quem quer que elas escolham ajudar. E parece muitíssimo que este é um dom exclusivamente feminino.

Dia do trabalhador

"Tá vendo aquele edifício, moço? Eu não ajudei a construir. E também não me interessa quem paga dois mil reais em taxa administrativa."

Eu imaginava que o dia do trabalhador fosse um dia em que o pobre coitado vai descansar em casa, mas como bom capitalista, hoje resolvi exercer minha cidadania e fazer compras no super mercado. E todos os supermercados estarão abertos normalmente durante o feriado. Pelo menos é o que diz-se pela tevê, o messias do capitalismo.

Tudo bem, lá vem eles dizendo "ah, agora o Ramir vem com esse papo de socialismo". Vãopaput*... Estou só brincando de consciente político. Como todo bom conhecedor (que me conhece) sabe, eu acredito que nenhum sistema sócio-econômico é bom, mas quem os dirige deve ter auto-controle (roubando só de pouquinho em pouquinho) e um pouco de senso do ridículo (esconder bem o que rouba).

E do jeito que as coisas tem-se provado, roubar no sistema capitalista com essas arreganhas neo-liberais é bem mais complicado de se fazer como era na China ou na Rússia há umas décadas. O problema é que eu estou no Brasil, o país de todos (os sacanas). Digo - é que ninguém rouba pra mim, me excluíram do clube da Notinha¹!

Receita uó para quem se sente pobre.
É sabido que, apesar de tanta falcatrua e ladainha por aqui, outros países ainda estão bem piores em termos sociais do que o nosso amado e idolatrado Brasil - tirem por aquele Timor Leste. Gente, o que diabo é aquilo? Se o Brasil, ainda com um certo ar de civilização metida a Europa-do-Sul-e-províncias-agregadas, é considerado um país ("emergente") de terceiro mundo, imagina aquela bagunça? Quinto mundo?

Além desta novidade, sabemos que o Real (R$), mesmo não valendo realmente nada, fora do país tem mais valor que nos nossos bolsos. Em países como Índia na ásia, e nossos camaradas na América do Sul, o Real é uma moedinha até real. Então hear the gospel:
* Pegue um empréstimo babado na taií
* Vá no consulado do Azerbaijão
* Viaje para lá
* Compre uns terrenos
* Monte uma mercearia, uma farmácia e uma loja de artigos femininos
* E se torne um magnata em um país pior que o Brasil!
(A ausência da frase "pague sua dívida com a taií" é intencional. Fica devendo mesmo, no Brasil prescreve. E você vai estar looonge daqui, com suas mil esposas e 78 macacos dourados.)
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¹: Em referência ao clube da Luluzinha. Uma instituição matriarcal e manipuladora.